Diário de uma louca

Ele insistiu em levar miríades e miríades de kalpas

para roubar de vez o meu miocárdio

e finalmente conseguiu o seu intento depois de me tirar do banho e do sono por diversas vezes seguidas e em me procurar por toda parte

seguindo meus passos pelas calçadas. Era ele, como

aqueles que vestem uma capa preta. Eu azucrinada...

Ele levou tudo. Só me deixou com esta mala onde

cabe o peso de mim mesma e da minha reconstrução eterna. Fui interrompida.Às vezes eu o amo por isso e às vezes o odéio mais do

que a mim mesma nas épocas de cio.

Sinto até medo e me aprofundo à noite em fatos e circunstâncias que já deveriam estar no limbo daquelas lembranças que não causam nenhum

impacto. E neste ser tão humano há algo de deus e demônio no meu medo e na minha imaginação que

é a única que possuo a respeito de tal totalidade.

Procuro aproximar a luz das sombras e a buscar esta tranqüilidade do ser que tantas vezes alcanso e me foge.

E vejo que é mesmo assim que uma

mulher ama demais um homem. Bem assim...

Uma espada

cravada no peito e ninguém pode arrancá-la. Feliz e infelizmente...

Esta espada também é uma metáfora do seu templo do amor deflorado.

E no entanto é uma simples criatura como eu

esta que tanto me persegue em pensamentos e os pensamentos

a respeito tanto me perseguem por sua vez.

Um homem

como outro homem qualquer destes que não me causam nenhum impacto.

E as ausências injustificadas,

a tremenda injustiça de eu ter de sentir assim sem

confrontos, sem paliativos, sem relacionamento nenhum

é que faz com que eu imagine de forma implacável este vampiro que me mata na embriaguês da minha

própria vida tantas vezes consumida em desejo e em anseios, em angústia e medo daquilo tudo que eu ainda

não sei. E se soubesse acho que certamente não caberia

em mim mesma, mas deve ser bom explodir de vez em quando como já me ocorrera a esmo.

Sinto que vou saber na paz sobre todo o bem do

amor inesgotado e me sentir bem,

relativizando tudo como costumo fazer e sorrir da face

da vida e do amor. Sorrir de tudo...Como eu sou fooooooooooooooorrrrrrrrrrteeeeeeeeeeee!