das confidências
de Dorothéia por ela mesma
***
Eu tenho fragmentos
nada profundos para ti.
Profundo
é
nosso espaço vazio.
Foço
Mistério
Medo
Criatividade
Nele se chega, meu amor,
tão perto de chegar.
Veja
estes fragmentos que percebes de
mim! Arranco a pele e percebes alguma flacidez muscular
por ter ficado tanto tanto tempo lânguida a contemplar-te como se fosses a
língua do horizonte.
Não
há tradução. Somente interação.
Que bom não
precisar perder tempo a
traduzir-me ou obrigar-me-ia assim a trair a mim mesma como venho
fazendo com esta minha
estranha mania de conviver socialmente.
Em
meio a estes fragmentos, farelos de bolo de chocolate e escorrendo alguma calda sobre a mesa
eu me busco e te desejo irritada.
Não, meu anjo, nunca o teria por inteiro ou deixaria de ser eu mesma
para sê-lo.
Estou o mais escondida possível. Conto com a transparência e até mesmo sei me tornar invisível.
Olha só! Quanto tempo faz que tu não vens passear em mim
?
No entanto, participas de mim e eu de ti em parte
e dos nossos
fragmentos compomos um poema despretencioso.
Eu posso ser grande e pequena,
mas me sinto minúscula sem o afago da tua mão tão necessário quanto perigoso.
Acalmas meu ser e o perturbas
e recomeças tudo novamente.
Só no silêncio e escuridão completos teremos sossego da pretensão dolorosa de ser,
pois uma luz absurda será Mestra, Guia e principiemos
coacervadamente
a ser
aquilo que nunca fomos, baby.
***
Eu tenho fragmentos
nada profundos para ti.
Profundo
é
nosso espaço vazio.
Foço
Mistério
Medo
Criatividade
Nele se chega, meu amor,
tão perto de chegar.
Veja
estes fragmentos que percebes de
mim! Arranco a pele e percebes alguma flacidez muscular
por ter ficado tanto tanto tempo lânguida a contemplar-te como se fosses a
língua do horizonte.
Não
há tradução. Somente interação.
Que bom não
precisar perder tempo a
traduzir-me ou obrigar-me-ia assim a trair a mim mesma como venho
fazendo com esta minha
estranha mania de conviver socialmente.
Em
meio a estes fragmentos, farelos de bolo de chocolate e escorrendo alguma calda sobre a mesa
eu me busco e te desejo irritada.
Não, meu anjo, nunca o teria por inteiro ou deixaria de ser eu mesma
para sê-lo.
Estou o mais escondida possível. Conto com a transparência e até mesmo sei me tornar invisível.
Olha só! Quanto tempo faz que tu não vens passear em mim
?
No entanto, participas de mim e eu de ti em parte
e dos nossos
fragmentos compomos um poema despretencioso.
Eu posso ser grande e pequena,
mas me sinto minúscula sem o afago da tua mão tão necessário quanto perigoso.
Acalmas meu ser e o perturbas
e recomeças tudo novamente.
Só no silêncio e escuridão completos teremos sossego da pretensão dolorosa de ser,
pois uma luz absurda será Mestra, Guia e principiemos
coacervadamente
a ser
aquilo que nunca fomos, baby.
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