<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>: Este homem é...

Friday, June 09, 2006

Este homem é...

Finalmente vou ao fichário certo e encontro uma palavra que me conduz a este texto. Não posso dizê-la. Eu a guardo por ele, para ele e ele não sabe o quanto isso me custa, não sabe do que por ele eu seria capaz, e, sei sempre mais na medida em que vou surgindo no imaginário dos leitores de nossa futura história já existente em algum lugar não muito longe daqui, ajudando-me a compreender quem sou, pois reflito e sou refletida na diversidade da qual entes reais e supra-reais fizemos parte mesmo sem querer. Tal texto bem pode ser uma pista sobre o que procuro sempre até a exaustão.. Vazia e sabendo ter exagerado na dose, vou trabalhar que a vida não é somente isso e volto a buscar obsessivamente, curiosamente, coração batendo forte, avidamente, esperançosamente, com fé. Hei de encontrar o livro onde hei de nascer, existir e finalmente viver vivificada e consagrada à escrita e a leitura de um poema em prosa.

O texto:


O manto da noite cobrira principiara a descer por sobre nós seu primeiro véu em tons de cinza claro transparente, tênue, tranqüilo e dourado por algumas lâmpadas acesas, simulando de prata os caminhos por onde passo, iluminada e grata.. São tantos os transeuntes! Um deles é muito sério, o mais sério de todos e me parece que crê em uma verdade profunda e a intensifica..Não desvia os olhos, quando, aperto esses meus como se fora míope por detrás destes óculos secretários, para acreditar bem no que vejo_ os olhos escuros que me fitaram por um instante como se já entendessem de fato quem eu sou. Sim, esse é o escritor. Está muito bem em tons sóbrios, fisionomia cerrada, sem nenhuma aberração dissonante ou destoante Sua verdade não cresce: é. Precisa desmistificar urgentemente conceitos. Mas gosto desta convicção e desta coragem segura.
Percebi mesmo que está lhe faltando algo, ou seja: eu, sua personagem mais atrevida, um pouco doida e imprevisível que o deixaria zonzo e sem saber se ficava desconcertado ou se ria, desejava, chorava, escrevendo mais do que nunca e com vontade própria, mal tendo tempo para sanduíches e banheiro rapidamente. Uma garrafa de água mineral ao seu lado tomada aos goles na própria garrafa dá conta de uma sede de escrever ainda mais do que beber água pura e sem gás, sem gelar, a escorregar-lhe pelo aparelho digestivo com naturalidade onde se vê um saliente pomo de adão a realçar a camisa pólo desabotoada para dar espaço aos goles da água da qual eu sinto inveja.
Quando ele me percebe tão discreta e a falar nas coisas de seu interesse fica incrédulo, não entendendo como eu posso saber tanto dele se sou uma estranha e talvez eu nem exista para dizer a verdade, mas sem co-dependências... Escrever conta, o resto é vã filosofia. Ou não?
Inverterei sua realidade, penso eu. E na realidade não me atreveria a nada. A bola é dele e estamos em tempos de copa do mundo. Somos brasileiros, uns contra os outros, e, tantos gols contra, meu bem, tantos...Jamais ele escreveria sobre alguém como eu. Nem sequer falaria comigo nem mesmo sobre o tempo, o calor que faz agora, o jogo...Jamais compraria qualquer produto que eu fosse lhe vender, nem mesmo uma limonada com a boca ressequida de sede, nada...Mas, poderá vir a pedir-me como um mendigo faminto pela demonstração de afeto sempre presente por ele em meu coração.
Não tenho muito que fazer neste caso e devo me comportar como a raposa do Pequeno Príncipe. Não quisera nunca estar diante da Mona Lisa. Estou diante da mais linda obra de arte que já se viu, mas não se vêem as covinhas do rosto que eu tanto produzirei à toa, se o faço perder o juízo sem a menor percepção da pose de senhor da qual esquecerá de fazer e dando-se conta disso há de perder o jeito e mais uma vez haverá de rir, de rir à toa despertando desejo em inúmeras criaturas vorazes de suas letras tão bem apanhadas, mas nunca tão eloqüentes quanto um beijo seu...de boca...Como eu sei? Ora, não tenho estes limites humanos que vos prendem a conceitos.
Todos os dias ele se faz convincente e passou a ser regido por Saturno, talvez a muitos anos, vem constelado nesta posição e sentindo-se o senhor de suas próprias leis sem parênteses nem legislação complementar, de rígidos itens, mas comigo sua casa astral logo entra em Vênus e em Netuno, a partir de agora. Ficaremos todos nus.Um dois, três e já...Começou. Ele está grávido de mim. Viva! Há de falar de sensações que vêem dos paralelepípedos e casas que ele tocou, do ar que ele respira onde ele se fez tocar e eu dancei sua música, aquela que só ele toca no espaço cósmico e em mim se harmonizam com espaços para as águas do mar, os pássaros os sinos da felicidade a tocar no mesmo vento que balançar as folhagens nos trazem a paz de um quase silêncio. O café com leite, pela manhã terá um sabor intenso e inesquecível. Fumegante e espumante, exalando aroma de lar para todos os órfãos e abandonados da terra, será o princípio do seu dia, desde o primeiro parágrafo em digitação rápida e precisa. Direta. Não será mais preciso pensar, pois o pensamento e o sentimento ao se fazerem um só escorregarão em seus dedos feito cordas de um violão tocado de cor. O vento irá bater na cortina e desfolhar as folhes do vaso de cristal líquido e um beija flor há de entrar na janela para avisar que a saudade pode morrer de dor e que é difícil viver sem ele. Dilacera o coração...É completa desolação quando se percebe como ferida à latejar.
Nesta última consideração que eu faço, ao meu lindo, eu juro que é mesmo muito difícil viver sem ele e ele não acreditou em mim quando lhe disse, pois ele convive todo momento consigo mesmo (egoísta e cruel) e anda muito sério, precisando até distrair-se de si mesmo.
Nem se agüenta mais, pois tem idéias pesadas de chumbo como se o pensamento pudesse ser de matéria bruta. Mas, mesmo assim ele faz coisas para esquecer tantas preocupações.
Vai assistir “O código da Vinci”, lógico, depois de ter lido todo o livro, mais lógico ainda... Posso vê-lo lendo, deitado na cama, fazendo-se desejar pela mulher ao seu lado que teria algo bem mais interessante a fazer do que ler um livro. E finge que consegue ler também.
Deveria o vento bater mais na cortina e derrubar o vaso, quebrá-lo em cacos, para mostrar a ele como eu fico quando ele não escreve sobre mim. Súbita tempestade vira tudo do avesso. Rujo. Fico como cobra sem veneno, logo eu que sou tão bonita e tenho mel de laranjeira nos lábios de romã e sou tão meiga, tímida e apaixonada. Quereria um beijo real, mas só em sonhos o alcanço na garganta profunda de onde me encontro plenamente feliz para chorar de emoção, depois do amor, mesmo que ele nunca compreenda e me devolva no seu silêncio esta desaprovação da qual me sujeito a ser vítima como um bom preço, pago em prestações miúdas pela imensidão de um mar de riquezas inestimáveis. Mostro a língua.
Em todo caso ele tem estas idéias de não tomar parte de seus textos e se manter deles distante, observando neutra e imparcialmente, sem sentimento, sem emoção, sem viver dentro de mim como deveria. Mas, a porta está aberta este moço velho Eu lhe digo:. A porta do meu coração é tua e tens a chave! Vivo morrendo porque não entras. Não sou absolutamente nada sem teus olhos ateus cheios de fé e curiosidade num princípio de atrevimento de uma criança pequena descobrindo-se em brincadeiras inusitadas de sua própria sombra em fundo liso e despojado das minhas negras pupilas quando refletes nela essa luz de lua e estrela de mil sóis de ser em ti mulher inventada, mas nem tanto.
Dizem que não se deve ser literal demais com um escritor, um homem tão intelectualizado, por isso far-me-ei de difícil até o final ou desde já tiraria a roupa e deitaria no seu leito imaginário para onde ele se dirige quando deseja ter idéias, que fica bem acima das nuvens quando há nuvens no céu e é preciso esperar durante chuvas e dias de céu azul total, pois seus sonhos escoam nestes dias em que só lhe resta criar a partir das letras estas verdades pelas quais estou aqui compartilhando indecentemente com o mundo de um sonho que bem que poderia e talvez devesse ser só meu, onde mortificada me cubro toda da vergonha de ser escondida, uma personagem fingindo-se toda de mulher, de fada e criaturas que o habitam em nós. Perdoa e eu te concedo inocência na medida da compaixão tua, pois que estou amando o verbo silencioso que habita o preto e branco e me conjugo toda.

Obs: Quem escreveu isso? Não está assinado.

NOSSA CAMPANHA: VIVA UMA VIDA SAUDÁVEL, SEM DROGAS, COM PAZ E AMOR!