<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>

Wednesday, August 02, 2006


Ao escrever este Romance que acabo de terminar, um termino um tanto forçado, por acanhamento quando contei para várias pessoas eu o dedico aqueles infelizes que pecam pela sua idolatria. Abomino a idolatria. Não sou idólatra, porém antes iconocastra. Mas é sincero do fundo do peito que tenho esta cina da imperfeição cravada dentro de mim como cicatriz que aumenta com os anos enquanto minha pele estica e um dia será como papel de seda. E encontro em mim algo de idolatria. Sou um pouco idólatra sim. Perdão!
A música "Fascination" em Inglês nos diz que a fascinação um dia será amor, porque assim o desejamos e porque talvez seja mesmo da natureza humana evoluir. Neste sentido eu não conheci ninguém que tivesse amado assim como descrevem que o amor deva ser. Não conheci ninguém que tivesse amado segundo o conceito de Camões do amor e de acordo com as sutras sagradas. Por isso "atire a primeira pedra quem não tiver nenhum pecado".
Não acredito que tenha havido figura perfeita na terra, nem mesmo Jesus eu creio que tenha atingido a perfeição.
Sinto muita raiva da razão humana, da minha própria razão e raciocínio. Quem se diz muito razoável não é. Muitos têm me ensinado coisas e por isso eu dou muito valor para minha
INCOERÊNCIA. Quem me chamou de incoerente para me arrancar do seu seu caminho, um caminho estreito para seu querer profundo me indicou esta qualidade da incoerência. Lógico, incoerente e incoerente lógico, eis que a verossimilhança é qualidade da literatura e não da vida. E alguns vivem uma vida literária, uma ficção. Se eu contasse a verdade ninguém acreditaria, como aquele cara que chega no encontro com a namorada atrasado porque furou o peneu e mente que encontrou outra mulher. A outra mulher na vida de dois namorados é bem mais lógico do que esta desculpa do pneu furado ou do dentista. Este tipo de desculpa a gente tem de fingir que acredita. Pois assim esta pessoa que me chamou de incoerente está levando muitas vantagens na terra e se tornou verossímel pois sua vida é uma ficção.
Eu sou INCOERENTE. Sou incoerente porque desde pequena me disseram para
"estar no mundo sem ser do mundo".
Meu romance pode convencer pouco, mas convence mais do que a realidade. Teriamos pregüiça de perguntar o porquê do porquê do porquê para chegar as razões últimas da compreensão da realidade e assim vamos vivendo como cegos.
Quem tem hoje uma idéia comum sobre os fatos da vida faz coro ao criticar as mesmas realidades que todos criticam. Os preconceitos combatidos são os mesmos que todos combatem e poucos têm a coragem de estar só e ser indivíduo.
Em poucos dias uma mulher que acho que nem se agarraria a um casaco gabardine marrom para morrer abraçada nele como eu talvez o fizesse sem o menor senso de ridículo, pois sou brega e ridícula mesma, me marcou muito num só dia da minha vida, num só telefonema, o telefonema maldito que me afastou de uma alma destinada a estar perto de mim na eternidade, muito perto. Depois desta mulher que me chamou de incoerente e vive muito bem na terra este planeta cheio de mentiras e de muitas outra mulheres e homens loucos que tentaram ou até conseguiram provocar a minha caput de minutio (cabeça cortada- morte em vida quando se considera aquela pessoa incapaz de dizer algo coerente) eu vivo aqui sem ser deste mundo e sei do perigo que represento um bom quarentão de família e da alta sociedade que se me visse e conversasse comigo certamente estaria perdido de seu mundo, um mundo de cuja areia movediça despencaria. Então ele também participou da minha caput de minutio e me chamou de obsessiva. E eu não dei o que sua mulher desejava, o que ele desejava. Não me comportei em relação a ele como obsessiva, pelo simples fato de que não sou obsessiva. A não ser o vicio do café preto que tenho por opção, por que acho que me trás alegria não tenho nenhum outro vício na terra e faço as coisas que tenho vontade. Ser obsessivo é não controlar a vontade, segundo Freud. Já uma pessoa ser obstinada é outra coisa. Pois estou obstinada pela minha própria vontade a dar passinhos de lesma ou de tartaruga para chegar perto de um homem que já nem sei se usa o mesmo casaco. Nâo sei como exatamente está seu rosto, não sei se envelheceu ou se monstruosamente está jovem até hoje enquanto os sinais dos anos me marcaram. Eu sou sei que a minha alma quer este homem e esta é minha vontade.
Ao sentir que a minha vida tão verdadeira é tão inverossímel e que por muito tempo as pessoas me julgam e me julgam e acham muito prático lançar pareceres sobre mim seja para me colocarem num pedestal ou em baixo da terra, eu fui escrevendo para que a minha vida em prosa e verso parecesse mais verossímel e pudesse me expressar. Não que eu não seja transparente, mas de que adianta nossa transparência para aqueles cegos que não querem ver. Foi daí que eu aos poucos assumi que tenho traços disso e traços daquilo. Eu cheguei a conclusão junto a uma psiquiatra que tive a muitos anos atrás que tenho traços de psicose. Assumir isso foi um canal de expressão. Isso me justifica. Isso quer dizer que eu não sou "vagabunda", por não conseguir estabelecer com facilidade relações e vender as coisas que faço, vender meu trabalho. Prefiro ter traços de psicose e provavelmente de esquizofrenia mesmo do que ser obsessiva como um grande amor desejaria que eu fosse para dizer-se perseguido, perseguido pelo que conquistou, pelo que buscou. Prefiro porque isso não me deixa confusa, isso é o que eu sou mesmo à luz da psiquiatria.
Se sou contra a intervenção médica. A resposta não é nenhuma daquelas sugeridas, mas é DEPENDE. Depende de que intervenção médica. E a falta de ética não poupa nenhuma profissão. Todos precisam de médicos e todos podem por isso mesmo dizer que os médicos não se locupetram nunca ilicitamente. Neste sentido o que distinguiria um médico até mesmo destes em cujo ramo permite a riqueza de um operário em construção quanto ao caráter. O caráter da uma pessoa não se mede pela sua profissão, pela sua capacidade mental, pelas sua ideologia política. Vivemos em um país minado de corrupção e quem pisou em uma institição e tem mais de trinta anos de idade sabe muito bem que não existe instituição, profissão, empresa que se salve da falta de caráter e do medo das pessoas. Por isso mesmo eu trato meus medos, trato meu ódio, minha raiva. Uso os florais, os florais funcionam, as orações funcionam e os anjos existem. Quem está comigo pode estar seguro pois sou honesta apesar de imperfeita. Enquanto aquele que me deixou uma dor profunda pela sua ausência no meu coração fecha suas portas para mim, não creio que estará sempre protegido de pessoas por quem tem uma consideração muito grande por causa das aparências e, no entanto, podem ser ladrões de boa parte da pureza da sua alma.
Quando meu romance chegou ao final eu descobri uma coisa muito importante que eu não sabia. Uma angústia veio me avisar enquanto eu procurava sonhar acordada que eu não quero este homem, o muso de Eliot de jeito nenhum contra a sua vontade. Isso me causaria grande desgosto. Senti uma parte deste desgosto e portanto o final do romance foi abreviado e foi surpreendente e enusitado para mim que jurava que Eliot terminar nos braços de Ella. Quem sabe um dia isso ocorra, um dia em meio a muitos dias da eternidade, mas certamente agora não. Ella não forçaria Eliot a nada, não cometeria nenhuma mentira, não manipularia pessoas e o destino, não faria justiça de qualquer maneira com as próprias mãos. Ella dentro deste romance, que é uma ficção deseja um amor de verdade, pois somente o amor verdadeiro satisfaz, verdadeiro na literatura e verdadeiro na vida. O amor para satisfazer precisa ser verdadeiro e livre. Como diziam os antigos: "No amor, o que um não quer dois não fazem".
In office:
Fulano de Tal, eu te amo tanto que até te odeio e te odeio tanto que até te amo. Meu amor por ti é uma urubobos. Acho que tens toda razão de fazeres tudo para me evitar. Foge sim. Mas, toma muito cuidado por saberes que fugindo de mim também tu podes estar fugindo da verdade e fungindo de ti mesmo, este homem tão lindo, este homem puro ingênuo, inocente e apaixonado que pode conservar ainda dentre de si mesmo os seus intensos dezesste anos de idade.
Desculpe estar dizendo isso aqui, mas é que foi interditado o telefone, por e-mail e por carta não há privacidade em ti para mim. A tua casa se abriu para todo mundo menos para mim. Sou um perigo. Toma todo o cuidado comigo, viu? Cuide-se bem, pois as calçadas são públicas e coma muita fibra!