<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>: É de realismo que você gosta, não é?

Sunday, July 23, 2006

É de realismo que você gosta, não é?

Saudades daquele amor, seu eu pudesse telefonava. Enviar-lhe-ia e-mail se o e-mail fosse um meio seguro de comunicação. Tenho medo daqueles bichos que ele cria em casa, também não é bom chegar muito perto. Não entendo como ele conseguiu autorização do IBAMA para ter em casa três tigres (seus cachorrinhos morreram de banzo em uma viagem que ele fez para Alemanhã no ano passado quando eles ficaram hospedados em um hotel), uma cascavel e uma esposa. Ele é mesmo capaz de gostar de todos os bichos, até mesmo daquele jacaré criado na banheira de ofulô, menos de mim ele gosta. Nem seu encanto por felinos permite esta aproximação tão adiada (postponed).

Não chegue tarde,

querido!

Não tardes que ardo de desejos viciados,

de

doenças e sintomas cheios de nomes esquisitos.

Arranco o reboco das paredes

com unhas de plástico

enquanto grito teu nome já louco num eco desafinado

quando meu gtito sai fora do tom, acorda todos os vizinhos furiosos

e não há urgência que

possa trazer-me o remédio certo, o consolo...

Agachada eu rastejo no capim da mata, com as pernas

mordidas de mosquitos e chantageio os Céus pelo teu carinho,

pelo teu afeto ou para que abra ainda mais esta chaga para que

assim rasgada a carne toda da minha alma eu meu transforme em

muitos olhos de ver de ver-te no pássaro, na folha, na água do rio, nos

paralelepípedos. Se te demoras quando minhas ansias quase te cocam

pelos agudos e insistências de meus gemidos que deveriam ser um surssuro

para não arrebentar fios, para não agredir placentas com violências fazendo nascerem

tantos rebentos ao mesmo tempo, antes do encontro que nunca chega e se eu desistisse

talvez viesses, amado, a perdoar-me da loucura, da ignorância, das ilusões que se

perpetuaram entre nós feitos de amor e luz

Longe de ti, eu te procuro por toda parte, atravesso o deserto, diante do oásis

a esperança quase me mata, mas não o chamado pois tu

me chamas na noite escura na tua

inconsciência profunda enquanto dormes.

Na neve eu sinto em meus ossos o teu não imenso. És para todo mundo

menos para mim, só para mim que não...Sou mais renegada que a própria sombra.

Quero escorrer

até ti, pois não me agüento.

Se isso é realismo não sei, mas o exagero na expressão pode muito bem ser romântico. Na verdade eu estou bem e procurando admitir sentimentos e emoções retidos, guardados que sei que existem aqui dentro e me deprimem de uma forma branda, mas crônica.