<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>: A luz do sol a consolou

Tuesday, September 26, 2006

A luz do sol a consolou

O sol lhe disse: Anime-se, querida!

Em qualquer coisa que queria fazer diante do mundo; o desafio de ver as pequenas corrupções das pessoas, a competição desleal e sem senso de eqüidade; senso este desbotado a pedir resgate. Havia algo detestável: "Eu te dou prestígio fora do contrato, com desigualdade, com injustiça e você me dá algo que eu preciso, quem sabe o prestígio incondicional..." Mas, ela não cedia a estas chantagens. Mantinha suas próprias idéias, seu senso de privacidade, seu cuidado para não invadir e não ser invadida além da conta. Havia um mundo sutil a ser mostrada para as pessoas. E os desaforos cada vez menos eram aceitos. Ela cada vez mais solitária e vencida em vários aspéctos; não em todos, fortalecia-se pela experiência de quem já nem se espanta com absurdos socialmente surreais. E então, lembra-se da lição do "corpo incorruptível", seu corpo búdico. Lembra-se de como era possível ser forte na fé, de como deveria continuar tomando os florais e aceitar sugestões internas. Lembrava-se de seus amores: pessoas fortes e exemplares. Lembrava-se daquele guasca que não fazia nada para agradar, não agradava mesmo a muitos e nunca se deu por derrotado vencendo, enquanto lhe diziam não pelo socialismo, ai estudando, ia enriquecendo, ia conhecendo outros mundos e abrindo novas portas, quando mesmo ele era uma porta às vezes trancada, às vezes aberta para caminhos e palavras inóspitas e rudes, sem "papas na lingua", mas amigas, mas sincnceras e aguardadas como quando se racha a taquara e escorre dela este doce mel de cana. Sabia que tudo estava contaminado pelo lodo e não deveria nunca sentir-se superior a este lodo, mas incorporá-lo da mesma forma que água mais límpida e corrente, pois era de natureza relativa, a bela. Era frágil e ao mesmo tempo forte, bruta e passível de maior preparo, aprendizado e paciência a ser crochetada com esta lacívia morna das vacas que ruminam o pasto nos campos ao léu. O que via no seu presente era sombra de seu passado, pois o verdadeiro tempo não há. Não chegaria de repente, sem pedir licença, anunciar-se-ia se viesse. E daquelas pessoas que fizeram e até hoje tentam fazer dela "gato e sapato" tomaria o maior cuidado, principalmente quando cobravam o que não havia sido combinado, lhe outorgavam tarefas e esqueciam-se de colher os resultados, deslumbravam-se diante de um universo de satisfação de apetites exagerados em desequilíbrio com vantagens das quais era seu desafio sempre crescente não aceitar e assim enfrentar o medo de ser o que se é, eis que a coragem não significa não sentir medo ou insegurança, mas enfrentá-los. Arrependeu-se dos rótulos que assumira para si mesma. Não, não era tímida, apenas tinha um pouco de timidez e faria as tarefas que fosse preciso como apresentar-se em público e falar com a sua voz que fora um pouco trabalhada, um pouco malhada, e prometia mais do que isso, bem mais, nas pausas e nos períodos sonoros em que as palavras não necessitam ferir mas revelar esta fotografia das virtudes cultivadas ao longo de muitos anos.

Um pequeno e forte raio de luz penetrou nos seus cabelos refletindo de ouro a fronte e a coragem de ser aquilo que se é. Como ela havia outros e haveria de ouvir mais do que falam, observar mais do que são observados e sutilizariam aquele mundo nas folhes donde canhões houvera, abolindo miséria e castigo por sermos assim tão humanos.