<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>: March 2006

Friday, March 24, 2006

Oração sem fim do meu amor

Oração que não tem fim

Amor,
Tu és milagre, epifânia
Todos nós somos,
Mas em ti percebi
Esta verdade no infinito
Tua definição e teu contorno
Servem apenas para provar
Que não há definições e nem
Contornos nas asas do meu desejo
De ti em mim
Ansiar-te é razão de existir
Meu desejo é tamanho de ti em mim
Que te encontro bem no fim de
Todas as frustrações da ausência
De toda dor que posso suportar,
Pois somente ali
onde não suporto mais
De saudade é que tu vens num abraço
Onde o rio
da vida ri, flui e revela teu ser
Desmistificado e
consagrado num espelho de líquido cristal
Que te complementa em tudo o que não te percebes
Sem mim, não necessitando de
Nem um adorno
deste mundo para te
Percebas tão belo, escultura feita de amor
E bem acabada em carícias apaixonadas e incontinentes
numa ânsia de saber-te todo além
da inteligência humana
De ser apaziguada a envolver-me de ti ,
Amor, milagre, epifânia, contraste em
A dor e o prazer, porto de partida
E chegada...
Deixo de pensar-te para sentir-te todo próximo
Distante, deixo que vás meu amor,
para sempre
Para os limites do sem ti
Que se vás além mar, apesar de mim
E penses
o que quiseres, vivas o que
Quiseres e se podes me deixar, então por que
Não me deixas? Pois te carrego em mim
Sem querer
Por querer-te sem querer
Por amar-te, por amar-te, por amar-te demais talvez
num juizo crítico ao doente incurável
a se decompor em morte e amor
Morro onde principias e me entrego a ti além
Do que concebem teus caprichos, tuas experiências científicas,
Tua visão de mundo, teus livros, tuas mulheres,
Teus sonhos e realidades,
lugares por ande andas, praças, cafés e escritórios e negros guarda-chuvas...,
Pois, que em ti percebo-me milagre e epifânia também
Vai, meu amor, para onde queiras,
O amor é além do medo e da dor,
Além do desejo e da saudade e tu és milagre,
epifânia,...
Amo-te além dos muros que me
Separam de ti e não há nada a dizer mais nestas
Palavras surdas, mudas e cegas do teu ser que é
Milagre, epifânia
E eu não precisaria dizer-te nada, nem
Que te amo como milagre, epifânia, milagre,
Mas te desejo-te demais por falta de crer em
Ti Amor, milagre, epifânia, o suficiente.
Quero teu abraço sentido e sincero a sentir-se em
Mim milagre, epifânia. Quero-te tanto que a natureza de
Todos os contrastes fabricou em luz o meu sonho
Tecido pelos anseios de ser em ti, meu amor revelada naquilo
Que és, milagre, epifânia....

Restas em mim no silêncio de mim vazio onde tu principias.

Entrevista diferente

Perguntaram-me se eu gostaria de editar um livro.
_Eu tenho muitas coisas escritas por aí tudo. Não sei.
Foi a resposta.
_Você se sente uma escritora?
_Não. Eu me sinto uma escrivinhadora. É diferente. Tem escritores e escrivinhadores.
_E qual a diferença?
_Não sei direito. Mas, os escritores vencem na vida como escritores e participam de sessões de autógrafos. Já os escrivinhadores não. Mas, alguns escritores são também escrivinhadores disfarçados.
_Sei...e você escreve por quê?
_Eu escrevo e me repito sempre no que escrevo. Digo de outro jeito o mesmo.
_O que você diz no que escreve?
_Eu te amo, meu amor. Eu te amo, meu amor. Eu te amo, meu amor.
_Puxa! Que romântico!
_Era muito romântico mesmo, mas devido a tantas dificuldades neste assunto acabou por ser realista também.
_Você também escreve para dizer que odeia?
_Sim. Eu escrevo para dizer o que sou basicamente e o que sinto. Sou suficientemente egoísta e egocêntrica para sofrer e generosa e altruísta para ter um processo de libertação deste sofrimento que se dá também através do processo de escrivinhamento ou de escrivinhação. Mas, eu procuro ter cuidado para que o que escrevo e publico seja justo e possa causar bem de modo geral a todos, mesmo que incomode superficialmente a alguns com trocas de paradigmas.

Saturday, March 04, 2006

Posso fazer e não preciso

Se eu fosse fazer você, a receita seria natural, mas demasiado calórica como tudo é bom demais, tal qual o que é pecado. Na massa haveria farinha especial de trigo, araruta em vez de claras, fermento, um pouquinho de levedo de cerveja pois sinto um amargor apreciável em ti, um pouquinho de farinha de milho e canela em pó em quantidade mínima e secreta. Você leva sal e açúcar em igual quantidade como nas receitas chinesas. Leva um tablete inteiro de manteiga na massa e leite morno. Se eu fosse fazer você sentiria muita pregüiça e não acho araruta na cidade.

Ah...mas, eu faria e só não faço porque não quiz ainda o bastante...

Se eu não soubesse fazer você não sonharia com tua pele, com teu beijo, com teu cheiro.

É por saber-te de cor e salteado que não preciso mais de ti. Pode ir! Vá antes que eu me arrependa e te prenda para sempre em meus braços, te encha de beijos e abraços e passe a fingir que não te quero para ver se você fica sempre um pouco mais aqui, bem aqui assim. Vá!

Das visões

Seus cabelos
Linha do mais fino
Bordado nunca em
Desalinho
Tudo em ti se
Ajusta demais sem
Mim.
Sua fronte tranqüila
E os
olhos baços a
Contemplar outros
Horizontes que não são
Daqui
Sua convicção de
Que o amor não lhe
Toca
e nunca o tocou
É teatro no
palco da vida
Eu posso ser assim como
Tu és se me convêm e
Posso assim
mesmo
Olhar-te dentro dos olhos
A buscar um elo arqueológico
Que explica tudo o
Que existe num segundo
E quando
todos os personagens da
peça se forem e
Estiverem
no camarote da
Existência, assim como tu
Com sono e cansado,
Sentir-se-á
visto por dentro
Sem se deixar decifrar
E não fugirás
do supra-real
E só então emergirá de
Ti a tua maior coragem.

Me olhe e me veja

Queria que você me visse,
Me contemplasse,
Tivesse nos olhos a compaixão
Da visão
de um monge e
O carinho apaixonado de um
Amante
e depois disso tudo é
Natureza, tudo é instinto e
Sublimação.
E depois disso deixa
Que seja e não será preciso colocar
Em palavras.
Amor: me olhe e me veja!

Wednesday, March 01, 2006

Carta a um homem famoso ou quase

A garganta me doeu a noite quando me contaram de ti. Eu tinha lá na geladeira um pedaço de gengibre e masquei-o aliando a minha dor. Eu não sei se você sabe, gengibre é fogo. Meu fogo se tornou frio. Acho que eu estava com a pressão baixa também. E me questionei sem ficar me colocando rótulos e me julgando como muitos o fariam sem compreender a complexidade de uma situação.

Eu não gostaria que invadisses a minha vida sem querer se não posso invadir a tua. A tela do computador e da televisão é algo impessoal mesmo. E o impessoal nos invade, não invadimos o impessoal. Se eu pudesse entrar para dentro da televisão como imagina uma criança eu ficaria pequena e entraria lá para dentro. Mas, eu não vi nada disso. Me disseram que tu andas fazendo sucesso. E para ser sincera nunca gsotei do teu sucesso. Tenho a falsa impressão de que ele me afasta de ti e sempre tive essa impressão, mas sempre fingi estar gostando para não faltar com o respeito aos teus sentimentos, sobretudo quando estavas realizado. Posso ter agido mal, mas você nunca teria compreendido e muitas vezes eu dei para ti o que achava que querias receber. Sempre fui uma pessoa autêntica, mas nem em tudo. Contigo e com outras pessoas de quem eu gostava muito não tive suficiente grau de franqueza e controlar os altos e baixos da franqueza é difícil.

Contaram-me que não és mais espontâneo como eras e pareces artificial. Que estás bem mais velho. Estamos velhos, realmente e por dentro me sinto muito jovem e bem mais sábia.

Contaram-me que você está em evidência e fiquei deprimida. Não participo de nada disso. E para dizer bem a verdade, nunca gostei das suas evidências. Gostava de você de uma forma bem egoísta até. Isso se deve a inseguranças com raizes na infância. Mas, hoje é como um deus e não teria problemas de infância e seria capaz de muitos rótulos para mim, não para você mesmo. Por isso a sua falta de espontaneiadade e falta de aceitação da própria sombra o que o faria humano conjugando comigo o verbo amar, mesmo que fosse no sentido universal do termo. Somos semelhantes, percebes?

Eu não sei porque este aperto na garganta tão forte seguido de uma depressão porque te viram na tela. Poderia ter sido na rua. Mas, certamente que o teu desprezo dói muito e dói principalmente porque nunca recusei um telefonema seu, uma visita que fosse, um pedido para prosearmos sobre problemas ou não. Como está errado amar de mais! Como está errado agradar de mais não ter tido suficiente frieza em meio ao calor de uma paixão tão avassaladora que até hoje faz tudo para se equilibrar o bastante e transformar-se em pura luz.

Eu gostaria de varrer você de dentro de mim e se me perguntarem por ti eu direi que não falo nada sobre isso. Como diz naquela música do ABBA: I don't wanna talk.

Se eu sinto orgulho de ti? Como eu posso se me varreste da sua vida como um traste qualquer depois de tantos anos? Eu sinto sim. Sinto orgulho de você a qualquer momento e pensei que se tivesses tido mais problemas e menos sucesso na vida saberias o quanto eu gosto de ti e dei um valor inestimável para a tua amizade quando a tinha.

Em todo caso muito obrigada por ainda me fazeres pensar muito e valorizar maior número de pessoas, em especial a família muito amada da qual hoje faço parte! Vai em paz e continue fazendo o bem na sua vida! Não importa muito este grão de aréia, esta gota d'água que sou eu em meio a mundo que reconheço que deve melhorar. E afinal pensando bem, que bom que você contribui com a tua Ciência para que a vida das pessoas seja melhor.

De alma para Espírito


_O desejo da alma é este?
_Não este não é o desejo mais profundo da alma, mas a vestimenta mais usual destedesejo, agora um tanto modificada pela moda. É preciso querer. É preciso querer numsentido maior. Querer viver sim...mas, além disso querer o que É, querer Existir em Mim.Esta alma descobriu o seu desejo na frustação desse, mas ainda quer algo externo. O desejoagora passou do ter para a segurança do reconhecimento. É preciso, pois, que este desejoseja sublimado ainda mais e então se terá tudo o que se desejou em sua plenitude.
_Falta muito para que o meu desejo se realize, Senhor?
_Não amável presença da minha manifestação. Não te aflijas assim tão impunimente.Não falta nada para que o teu desejo se realize. Ele já está realizado aqui e agora. Veja eimagine com todos o colorido dos seus detalhes emprestados pelo tua vivaz imaginação.Abrace, pois todo amor que houver por perto afastando o medo e a raiva, as aparênciase tudo aquilo que não É. Assim, tu estarás mais perto deste contentamento que sabes ser parte de ti mesma.
_É possível ter esperança, então?
_Insistes em não crer em mim o quanto deverias. Tenha a fé suficiente que permiteesta esperança tua em pequenas dozes salutares. Sim, bem amada presença da minhamanifestação, há esperança para desejos profundos da alma que sempre se realizamatravés, todavia além dos prodígios da imaginação e do desejo. Há uma saída inesperada:no final do túnel há sempre uma luz que faz ver quem Sou. Conte com o inesperado, alémda tua imaginação, além da tua inteligência e pensamentos lógicos. Esta revelação que almejas depende muito de você ter a capacidade de saber a hora de parar de pensar e agir ou de fazê-lo. Este aprendizado está disponível hoje para você e para muitos. Senta-tee medita cada vez mais seguidamente, em posição de Lótus e lembre-se que estás envolvidapelo amor dentro e fora de ti. Dissipa as tuas ilusões e segue a tua Estrela. Ela te promete as sementes noturnas que desabrocam no amanher nos primeiros raios do sol que acariciam a tua pela sem feri-la. Não te demores: Seja! Eu não estou demorando: alcança-me! Vem!!!

Frio e cobertor

Frio e cobertorcarência e recurso
És tu, amor dos meus amores
Pecado de querer maisdo que devo
Te aguardo prá sempreem meucoração que é
como a pedra que selapida no seio da verdadeguardada dentro
de mim e de toda vidaE te busco além dos muros burocráticos
Além das aparências edos medos, das mentirase das verdades que deixamde ser, te busco no cernedo meu ser que não quere serecusa amargamentea encontrar
Deus antesde ti e do beijo da vida
e da impermanência, dafinitude do ser enquantose individua e se perde,emiscuindo-se luz em sombrasonde me prostituo
em querer-te
além da razãoe por ela enquanto me deixosolta e aflita a gritarsufocadoteu nome em mim
Teu nome cravado como cicatrizde tatuagem gravada no coração quedia após dia sangra
Teu nome de rio, teunome de arvore, teunome de amor e ardência encravada no cerne da vida que se esvai ede dias encardidos de tédio

O nascimento de Dorothéia

Procurei nas gavetas e não lembrava realmente como começou a história de Dorothéia e nem estava lembrada que ela começou como boneca.

Obs: Esta história é só para adultos.

Bem-vindo(a) a este lar virtual!

Sim, era isso. Eu não queria dizer, mas a condição de

Dorothéia era mesmo vergonhosa e triste.Era difícil pegar uma personagem e castigá-la ou pegar umpersonagem e castigá-lo por capítulos e mais capítulos deuma história em que você vive o personagem. Em que vocêé o personagem. E sem cair em um maniqueísmo exagerado destes que vemos por aí a dificuldade é maior. Por issoDorothéia dorme um sono profundo como a belaadormecida. Não é tão bela, mas é muito invejada e temidapor algumas mulheres, sempre por algum motivo. É expressiva...É um pouco sensual, disperta temor...E é temida por serdiferente. É como se tivesse uma marca. Não sei explicar. Aquiloque sua madrinha falou uma vez: um estígma. E ela disse:"Isso. É isso, eu tenho um estígma bem aqui do lado do nariz".Estava se fechando como as onze horas ao meio dia. Sefechando para vida, enquanto sobrevivia daqui e vivia dalí.Sabiaque o seu maior aliado era o conhecimento das coisas,a sabedoria. Por isso tentava ler tudo o que estava alíe espirrava muito. Mas, sabia que no fundo não passava de umadaquelas bonecas queficavam ali na prateleira grande do quarto de brinquedosesperando para ser escolhida, para ser brincada e para finalmentese sentir viva. Mas, havia brinquedos de corda. Havia brinquedosmais novos. E finalmente a prateleira foi desocupada,mas Dorothéiaestava alí junto ao livro de capa azul com o belo casal na capa:Romeu e Julieta de Sheakeaspeare...Ela leu...E sabia que um diaviveria um amor. Um amor que poderia resultar em grande tristezapelo seu fim e um desejo absurdo de morrer. De morrer apesar desaber que fora muito brincada e hoje era uma peça de estimação,um relicário e que não estava coberta de poeira. Seus olhos foramlimpos com algodão. Agora ela via melhor as coisas como elas são.Seu riso era peça do infinito. Ficara gravado nos ouvidos do tempoem que dançava a noite em liberdade quando podia ter sonhos. Mas,os sonhos já estavam muito inconvenientes para a realidade e setornaram pesadelos.Os sonhos se tornaram pesadelos no sentido de que ela teria deconciliar sua vida conjugal, os filhos, o marido, amigos, com achegada sempre repentina de Leonardo que não poderia despertardo seu próprio sono. Era preciso servi-lo com chá, biscoitos elhe dizer palavras doces enquanto os demais também clamavampela sua atenção. Então ela percebeu a sua condição de marionete e olhou para o vazio, como se nada houvesse ao seu redor a não sera própria dor de ser. E a dor de ser pariu outros sonhos e poemas,rumos da arte apenas...Arte sem público, sem renumeração a nãoser algumas moedinhas no chapéu e alguns sorrisos condescendentesde quem adoraria fazer tanta arte quanto ela.Mas, era preciso abrir outra porta.Mais uma entre tantasoutras e libertar-se daquelas mãos que a obrigavam a ser Dorothéia,para ser a própria autora da sua vida. Escorregou deste sonho edeparou-se com o nada, pois que sem o sonho não há nada, nemmesmo realidade.E perguntar-me-hão se houve alguma espécie de Gepeto nesta história. Não,Dorothéia era mesmo gente, pois usou o meu coração para sofrer. Nemposso explicar o estado em que ela deixou este órgão dilapidado, tendo em vista a suafalta de tato, falta de jeito prá coisa, sua mania de ser escandalosa e posso até dizer: burra. E faz um esforço muito grande até hoje para ser inteligente. Mas se perde nos seus devaneios e para isso muitas vezes não se esforça nem um pouco. E o seu dom não é a razão, mas vôo livre. Ela criou asas e compartilha desta graça que a natureza lhe empresta de tanto passar por sobre os mares, florestas e jardins. Queria esquecer os livros que foram chegando aos poucos e nunca mais voltar para prateleira, quando os livros passaram a falar nela e finalmente poderá ter esta tãodigna e elegante função de musa. Ah, como é bom a gente poder ser aquilo que é...

Leia mais um capítulo:

Tristes pedaços de Dorothéia


Bem-vindo(a) a este lar virtual!

Dorothéia ligou para o seu amor, um homem agora casado. Ela o conhecera a uns vinte anos atrás. A conversa aconteceu de um jeito pouco solto, formal, com alguém por perto o tempo todo provavelmentee ele elogiou e por tantos motivospoderia ser. Poderia ser por exemplopara aplacar a ira de Kristine sua mulher que conhecia o domínio aocontrário de Dorothéia que podia parecer uma sonsa. Sonsa é muito feioe ela era...não exatamente bonita,mas elegante. A outra, Kristine, tambémnão era bonita exatamente. Parecia paraDorothéia e para mim que tanto faz.E poderia continuar conversando porlonga data e fazer daquilo uma amizaderessuscitada. Mas, um dia Doro ligo éera Kristine no telefone.Dorothéia não foi sínica e social e perguntou direto pelo Leonardo.Ele não está foi a resposta imediata.Quando posso falar com ele etc... ecoisas como "você ainda não desistiu","você não tem o que fazer", "Vá tomar um solzinho", "ele só fala contigo por penaforam ouvidas" por Dorothéia (que não éatéia). E uma voz de secretária eletronica disparou derrepente. "Este telefone está louco" disse Kristine do outro lado da linha. Dorothéia: Deu uma esculhambada no trabalhoda outra, como vingança pelos elogios quenão recebeu de Leonardo que maliciosamente elogiou a esposa. Foi sincera, não havia mesmo gostado do trabalho dela. Achou que era elogio demais para pouca mulher. Desta vez não mentira para elogiar alguém, como faz às vezes. Mas, Dorothéia não gosta de críticas. Gosta de ser o que é e os outrossão os outros. E a vaidade daquela mulher,a sua voz de freira, seu jeito rígido, tudoaquilo fez Dorothéia admirar-se de como ela mesma parece a si mesma bem mais interessante e solta. E agora sem culpas para dizer o que quizesse. Ela que adorava se expressar...Resultado: Leonardo nunca mais falou com Dorothéia. Não ligue mais para cá ele disse.Ela disse que não ligaria. Nunca mais ligou,e esta foi a forma mais inteligente que achoude não desistir e mostrar aquela mulher que levou seu namorado, seu amigo, sua amiga,sua cidade adotiva e seus desejos todos consigo. Levou tudo o que podia e não teve ainteligência de ser diplomática, como Dorothéianão sabia ser a anos atrás. Por isso num círculoa história há de se passar novamente e existemvários caminhos para ela. Nenhum porém é o fim.

_Se eu sinto vontade de falar com este homem_diz Dorothéia_ Não. Eu só desejo que ele passe a reconhecer quem é quem nesta história. O problema é que isso pode levar muito tempo. Eu espero o quefor preciso. Papel de louca não faço mais como deoutras vezes.Uma coisa que faz alguém não fazer papel de loucoé não acusar sem provas. Pois eu foi invadida em minhas coisas no computador diversas vezes. Acabaramcom o que eu escrevi, com os meus blogs, e-mail, tudo por causa de Kristine e de Dorothéia, mas não posso ter certeza. Também me telefonaram. Não queriam que eu escrevesse sobre isso. Mas a história de Dorothéia é verídica. Ela precisa acontecer e para dizer a verdade já aconteceu ou está acontecendo.