<p>******)FILHA DO SOL E DA lUA(******</p>: July 2006

Monday, July 31, 2006

Na aula de negócios

_Vamos começar com "O QUE O SEU FREGUÊS, CLIENTE, PACIENTE" espera de você quanto ao atendimento.

Quero um exemplo negativo de como foste um dia mal atendido ou mal atendida. Podemos começar pela senhora, dona...

_Ella. Ella Bitencourt.

_Ok, qual uma lembrança de terem lhe atendido mal?

_Eu estava com minha sobrinha, na Terra, em um dos postinhos do Tudo de Bom, fast food, e pedimos um sorvete com cobertura em cima. O rapaz que serviu parecia um novato. Ele deixou escorregar a calda de chocolate nos dedos. Achei que a calda fosse quente, mas bem percebi que felizmente não estava quente, pois ele não expressou dor alguma. Então ele entregou o sorvete para sua colega e lambeu dos dedos, acho que lambeu uns três dedos na minha frente. Depois de tê-los lambido ele lavou as mãos apenas com água sem passar sabonete e secou-as no primeiro paninho que se encontrava a sua disposição. Então peqou o sorvete com a mão e me serviu como se nada tivesse acontecido. Eu fiquei pasma e estarrecida. Sei que poderia causar um desastre na vida de alguém por isso me calei. Deixei todos os meus nojos de lado e pedi outro guardanapo pois a calda escorria inclusive pelo guarda-napo. Eu comi aquele sorvete e nunca mais.

_Ótimo.

_Agora uma história sobre bom atendimento. A senhorita, por favor:

Carla Beatriz...

Eu estava comprando para mim um lápis de sombrancelhas. Estava vendo todos os lápis e estava sem os meus óculos. Uma moça me ofereceu ajuda. Eu lhe disse: não sei se você pode me ajudar, estou vendo um lápis de sobrancelhas para mim neste pote que seu colega me alcançou. Ela me disse que alguns daqueles lápis eram labiais e outros era cajais para olhos. Eu costumo usar cajal na sombrancelha, mas não lápis para lábios que é mais macio. Fiz a compra certa.

_Mais exemplos positivos?

_Sim. Meu nome é Virgínia. Eu me operei e quando fui para casa o médico telefonou para ver como estava minha operação fora do hospital no primeiro dia quando eu não estava muito bem e no no terceiro quando eu já estava melhor. Isso foi antes de eu comparecer a consulta.

_Mais algum exemplo positivo?

_Sim. Eu. Meu nome é Cíntia. Eu comprei uma revista sobre jardinagem, pois este foi meu hobbie na Terra. Quando voltei a banca o rapaz que atende lá, acho que até hoje me perguntou se eu tinha gostado desta compra. Eu disse que sim.

_Mais algum exemplo por favor? O senhor, como é seu nome?

Meu nome é Augustus. Augustos Prestes.

Eu estava conversando com o dono da banca em que costumo ir e ele me apresentou um DVD, O Pianista. Um excelente filme sobre um judeu pianista no tempo da Segunda Guerra Mundial. Ele

me disse: Leva este DVD aqui, cara! Se tu não gostares deste filme não precisa falar mais comigo. Diante de uma argumentação tão incisiva eu não tive outra escolha e levei o DVD. Continuo falando com ele, lógico.

RISOS NA PLATÉIA...

_Conclusão. O que podemos concluir?

Uma mocinha levantou o dedo:

_Podemos concluir que o consumidor aprecia ter informações verdadeiras sobre o produto. Isso pode não fazê-lo vender na hora, mas o freguês obtendo informações verdadeiras sobre o produto irá voltar a loja.

_Parabéns! E o que mais podemos concluir?

_Olá, meu nome é Sara. Podemos concluir que além de informar o freguês com sinceridade o vendedor ou profissional qualquer deve estar muito bem informado sobre o que oferece.

Além disso são muito importantes as condições de higiene.

Ah...e o freguês também gosta de saber se há preocupação verdadeira em relação a sua satisfação. Isso já é um requinte em termos de venda que não se vê muito.

_Ótimo!

_Vocês acham que isso é a regra no Planeta Terra, em termos de vendas e consumo?

_Nãoooooooooooo!

Responderam todos juntos.

_Não. Pois, assim as coisas vão mal se não melhorarmos neste aspecto. Agora vamos ao próximo item...

A mulher no divã ou na poltrona

_Doutor, eu não quero que ele se sinta culpado pela minha depressão. Gostaria de estar bem e que todos estivessem bem.
_Você não está deprimida por causa de alguém, mas por causa de si mesma.
_É verdade. Eu sempre tive este problema.
_Ele se sente culpado?
_Ele me culpa por se sentir culpado. Colocou em mim um estigma.
_Compreendo. Seu entendimento está muito bom. Isso não deveria ser problema dele?
_Não, o problema é meu, porque eu quero este homem.
_Aqui nos temos outro problema. Não seria melhor se você admitisse que está apaixonada por mim?
_Eu não. Nunca estive apaixonada pelo Senhor.
_Tinhamos combinado de não usarmos o senhorio e quem pediu isso foi a senhora.
_Sim, mas agora isso não importa, pois estou cheia das suas idéais preconcebidas e vou ali deixar tudo pago para não voltar mais aqui.
_Mas, eu preciso fazer o controle da sua medicação.
_Para mim chega de medicação. Chega de bobagens! Não tenho culpa de ficar deprimida, mas tenho culpa de outras pessoas tirarem conclusão sobre a minha vida sem ao menos me consultar sobre o que eu acho. Vou acabar com esta culpa que me mata.
_Eu só quis ajudar...e...
_Chega!
Pegou a sua bolsa vermelha combinando com os sapatos de salto alto e saiu porta a fora. Perguntou o quanto devia e assinou um cheque pré datado para o mês seguinte. E se descontassem aquele cheque ela teria um terceiro problema e olha que não era pouco dinheiro.

Do lago dos cines

Diz a lenda e O lago dos Cisnes de Tchaikovysk que um cisne jamais há de acasalar-se com outro cisne depois da morte da ave cônjuge. Este pacto tácito de dor, culpa e tristeza nos esmaga em vida. Como é difícil romper com este mito. Como é difícil... Entendo que se eu obtiver uma carta de alforria em saber que todos estão bem eu me permito. Meu coração eu entrego por todos aqueles a quem amo.
Ass: Eliot, o triste
Eliot escreveu isso e leu sentindo imensa compaixão por si mesmo e por todos os seres. Não queria que ninguém sofresse. Ele tinha bom coração.

Considerações sentimentais

Ao pensar nele percebi que se afastava de mim. Não obtive o prazer do encontro interior em meus pensamentos. Não, não era falta de amor entre nós, era um mundo entre nós, um mundo com suas dores e a falta de licença para que nosso romance se manifestasse novamente em algum do lugar do cosmos. Havia tanta culpa. Eu sabia que por pior que minha rival Mara tivesse sido comigo ela era um ser que como eu era capaz de sofrer muito. Eliot se dava conta desta capacidade dela de sofrer e de sofrer conforme ele, Eliot se manifestasse diante da responsabilidade que sempre assumiu para como ela como se fosse uma filha, uma flor delicada. Por trás de uma aparente fortaleza e determinação de pessoa competitiva pelo seu espaço escondia-se muita fragilidade. Deu a ela os cuidados que se tem com as orquídeas e as violetas onde os excessos são prejudiciais e lá no seu íntimo ele entendia que com Ella não era muito diferente, mas desistira um dia e nunca mais.
Muitas vezes em nossas vidas escolhemos que todos estejam infelizes para que a felicidade de uns não esmague a de outros. E de que adianta isso? Eu sinceramente não sei, mas nossa permissão interior para amar é essencial para que de fato amemos efetivamente.

A saudade de Mara

_Emanuel eu preciso falar-lhe.
_Pois não!
_Como está minha esposa, Mara?
_Está muito deprimida. Vou ligar esta tela para que a vejas.
_Ela está tão abatida, tão magra...Seu vulto transformou-se em figura desoladora.
Mara levantou-se e pegou um casaco com o qual se cobriu. Era um casaco muito usado de Eliot, encostou-o junto ao nariz , franzindo o tecido entre os dedos como se a vestimenta fosse um animalzinho de destimação e apanhou de cima de uma mesa auxiliar um álbum de fotografias. Olhava as fotos antigas de seu casamento e passava sobre elas os dedos.
_Ela está recebendo assistência?
_Está recendo assistência de seus netos principalmente, tomando antidepressivo e só sai de casa para ir ao cemitério quando, fica horas olhando para o seu túmulo, no qual coloca muitos cravos vermelhos e brancos.
Eliot modificou completamente sua expressão fisionômica anteriormente vivaz e seu rosto contraiu-se todo em preocupação intensa. Não parecia o mesmo sujeito.
_Eu posso fazer alguma coisa por ela.
_Procure ficar bem. É o máximo que podes fazer por todos neste caso.
_A saúde dela como está?
_Ela sente muitas dores e náuseas. Desenvolveu um problema reumático nas pernas que lhe doem muito.
_Tem algo a dizer como consolo?
_Percebe como és querido?
_E isso nem sempre trás felicidade.
_Nem sempre...Emanuel colocou o braço no seu ombro. Mas, tudo muda e a felicidade sempre pode chegar novamente em qualquer casa de alguém.

_Amém.

Sunday, July 30, 2006

Teste

Just a test of honey.

Ele me ama ou não me ama?

Sim, ele nem sabe o quanto...tanto...tanto e haveria de entregar-se todo às minhas carícias. Encontro marcado nas estrelas. Compareça, meu rei!

Refeitório

Dia lindo, lindo, lindo...Ai, coisa mais boa!Meu amor no coração.
Um buffe completo cheio de luzes coloridas e sutis.
Meu amor sentado em uma mesa e eu pisco para ele. Sim, é ele. Sua expressão hoje é tranqüila e relaxada, sem precausões contra mim. Meus olhos o chamam, minha boca se move lentanta e quieta chamando pelo seu lindo nome, aquele que seria Eliolt, se isso fosse inteiramente um romance banal de blog.
Eliot se aproxima cuidadosamente com certezas suas, sempre suas certezas para o bem o para o mal, o impertativo categórico tão óbvio e corroborado em sua boca rasgada cujos olhos parecem desdenhar a beleza. O porte tem um mínimo de altivez daqueles que já se fizeram humildes por serem o suficientemente altivos. Não sei porque ele usa óculos aqui. Teria levada para este mundo a sua miopia de alto grau? Se Migueângelol o tivesse conhecido eu correria risco de me tormar uma criminosa por roubar do Louvre a mais linda obra de arte para colocá-la no meu ap, decorando meu quarto e...bom...eu não tenho este costume de falar com as pedras, sabe, mas este homem me enlouquece.
Ai, que frio na barriga, que nó na garganta...Uuuuuu! Ele está chegando. Fingir-me hei de morta ou coisa assim. Finjo não sentir o que o corpo todo geme.
_Bom dia Ella! Você por aqui? Gostaria de compartilhar comigo este momento tão breve?
_Haam..., quer dizer, sim, sim, como não! Muitos bons dias, Dr. Eliot!
_Que formalidade é essa comigo, sombra do meu passado?
_O quê?
_Eu quero dizer, você me seguiu tantas vezes, não foi?
_Sim. Não pense que um dia vou deixar de querê-lo, seu mostro cruel.
_Seria uma idéia absurda. Sei que você me ama muito.
_Seu grande convencido!
_Vamos nos servir?
_Vamos juntos, não trouxe nenhuma bolsa. Sinto falta de uma grande bolsa com tudo dentro.
_Uma bolsa não é necessária para quem já tem um sucedâneo do cérebro, não é mesmo?
_Estômago, coração e todo o resto e tu luz dos meus olhos...
_Se me miras porque no me tiras para bailar?
_Galanteador!
_Debochada!
_Amo-te...amo-te...amo-teeeeeeeeeee!
_Não digas estas coisas, Penélope!
_Penélope é a senhora sua ex esposa!
_Com sua licença que eu vou me retirar.
_Não. Perdão, não...
_Está bem. Mantenha o nível!
_E você também. Droga...Aquela desgraçada...
_Sua próxima manifestação será linda meu amor. Eu o conheci tão jovem, tão velho e não sei se o conhecerei como um lindo bebezinho. Todas as fadas hão de cantar para que durmas e passeies por onde queiras no céu todo estrelado, a tarde quando o sol se faz a pino, enquanto eu hei de fazer de tudo para reencontrá-lo um dia. Estou feliz por isso. Não tive muito a perder nas tuas ausências tão prolongadas e tristes.
_Pois é...C'est la vie...Só posso me imaginar como um homem.
_Seu desjejum...
_E o seu...o nosso, vamos comer para ficar fortes.
_Esta comida é estranha e eu vou imaginar uma torrada com queijo.
_Ah! Você não sabe o que está perdendo. Conservacionista!
Ele parecia se defender de seus próprios sentimentos a título de brincadeira, não te parece? Porque criamos tantas defesas eu bem sei, mas nos defendemos do amor.

Ella e Kathiel

_

_Olá Kathiel, eu fiz muuitas malhas para Rede hoje. Você teria um trabalho diferente para me dar?

_Não, minha querida amiga. O seu trabalho já terminou. Agora nós não temos nenhum outro trabalho para você porque simplesmente não há tempo e fazendo uma exceção dedicimos deixar bastante tempo livre porque...bom...parece que o principal objetivo da sua alma encontra caminho, não é mesmo.

_Uma luzinha no fim do túnel, meu anjo. (Observe todos os linques do blog, ok?)

_Sim, uma luzona chamada Eliot, mais precisamente. Viu como é bem dotado, não viu?

_Uuuuu. Com certeza...

_E você também. Você é mais tênue, mais serena, lavanda, embora seu probleminha de desestablização crônico.

_Sim. Eu conheço foto kirlian.

_Não preciso de foto kirlian para perceber o quanto você está bonita, mas tem mais possibilidades, muito mais...Ouse, minha amiguinha! Use todo o seu potencial!

_Nossa! Eu posso dar um alô para ele, então?

_Não, nada disso. Segure-se e não estrague nada do que está reservado em office.

_Em office? O que está reservado em office?

_Para dizer a verdade só o Patrão Velho sabe.

_Eu já clamei a ele.

_Clame sim, princesa! Clame e reclame e exija qualidade!

_Senti firmeza.

Esticou-se toda e deu beijinho no coração de Kathiel. Às vezes seus amigos pareciam um pouco afetados. Será que eles eram gays além de anjos? Mas, era bem assim que os queria. Não havia mais aquela estranheza entre eles e o carinho rolava solto sem comprometimento.

_Mas, Kathi, você não me disse o que é que vou fazer agora, não quero ficar parada olhando para a paisagem, pois estou me sentindo muito culpada de fazer isso tantas vezes.

_Você vai estudar num curso.

_Um curso. Isso é bárbaro. Eu adoro cursos. Bom, mas depende de que...

_Um curso de "Negócios Gerais".

_Puxa...mas eu não dou para estas coisas.

_Você não deu para estas coisas, minha santa, não deu seu tempo, sua energia, sua convicção por estas coisas e você foi reprovada nesta área com nota vermelha em todos os ítens, compreende. Este é seu problema grande e sério.

_Mas, eu sou incompetente mesmo e....

_Não diga isso. Regace suas mangas e vamos estudar. Eu vou te levar para o curso amanhã. Esteja pronta o mais cedo que você puder, pois a sua aula começa as oito e a senhora anda dormindo que é uma gatinha, não é?

_Eu...É...pois é...

_Vamos acabar este post, então?

_Sim. Mas, você acha que eu vou me dar bem neste curso?

_Sim, este curso é para teu nível intelectual nesta área.

_Basic Kindergarden?

_É mais ou menos isso. Nem se preocupe.

Friday, July 28, 2006

_Quando eu partir pode ser

assim, ou assim...quero que seja emocionante. Acho que vai demorar muito. Eu sou muito forte. Depois de uma grande alegria tudo degenera e por isso é importante levar para o legado da fé as experiências de pico máximo. Uma vez na vida e outra na morte ela sentia este espírito de aventura e era bom cultivá-lo. Sim, há de ser bom. Sempre queremos que sejam boas as nossas novas experiências. Já a música de um só amor em dois será algo novo composto por Eliot e por mim ao mesmo tempo, pois minha participação de alguma forma vai ocorrer nem que seja na parte das pausas. Não tenho idéia de como linda será esta música e desejo uma surpresa. E a música vai servir para mostrar a todos como foi este amor e como serão muitos outros assim, depois da nossa transformação em novos seres exóticos.

Disse Ella, querendo ficar. Eles, seus amigos Emanuel e Kathiel já estavam avisando que o tempo ruge feroz e a estadia naquele hotel cinco estrelas com direito a romance iria acabar. Eliot também foi avisado e estava muito distraído em suas novas fixas, código em punho buscando fundamentação jurídica para defender alguns casos graves enquanto Ella e todo o resto estavam bem longe do seu pensamento concentrado naquela interessante tarefa.

O silêncio pode ser

melhor. E neste momento acho que é mesmo.
Então eu espero ter algo bem legal para dizer, sem ter de forçar nada.

Thursday, July 27, 2006

Because



I

love


you, baby. Yes, I do. No I don't. Yes, I do.

Ella

estava feliz mas um pouco ansiosa.
Uma chuva inesperada em seu rítimo cadenciado
a acalmou.
Estava sofrendo de será: Será que ele vai vir de novo com o violão ou sem o violão?
Será que isso foi só um episódio avulso em minha vida?
O será que deu na cabeça deste homem em me procurar, ou estaria passando por ali e resolveu tocar para mim? Será que ele quer apenas ser meu amigo ou nem isso?
Entregou-se aos trabalhos que tinha por fazer para não pensar muito. Os tratamentos da alma exigiram sempre dela constância e portanto deveria pensar positivo.
Sentia uma falta danada do seu café preto e eles não serviam isso por aqui. Amanhã passaria a fazer suas refeições em um grande refeitório. Bom, não é propriamente uma comida como come-se na terra o que se tem por aqui. Mas, depois vamos conferir isso juntos.
Ella ainda distrai-se com o tear, mas pretendia também experimentar a cerâmica. Tinha este desejo que morreu consigo quando ela sofreu de processos muito mórbidos em sua personalidade psicodélica. Tinha desejo de fazer uma escultura de Eliot para transar com esta escultura. Mas, sabia que isso era loucura e por isso não contou para nenhum médico. Os médicos compreenderiam melhor os ovos com bacon.

Ensaio

Não creio
que seja possível deixar de amá-lo,
Não creio que seja possível deixar de querê-lo,
Então não restando mais nada
a fazer eu me rendo,
Rendo-me ao amor, a dor residual de toda desventura,
E te encontro na minha loucura num delírio frebril em convulsões epilépticas.
Provei de um fruto
proibido: a banana.

A multidão em êxtase histérico
Ri-se de mim quando abraço o meu fantasma adorado, vulto invisível

ou não eu sei que eles te querem e separaram você de mim.


Já não tenho morada
a não ser nos meus sonhos e te converto
Em presente do meu passado eternizado no instante em


Que beijo tuas mãos,
teu rosto, teu corpo com esta paixão
De quem descobre pela primeira vez o amor e entrega por ele
Todos os tesouros da terra.
Amo-te com frenesi. E juro que me comporto

como se tudo fosse normal. Estou gel. Estou morta.

Espero que um dia você traduza em meu ouvido tudo o que não entendo para que eu possa amar o estranho em ti assim como estranha sou e me sinto em qualquer lugar do infinito sem ti, lar dos meus sonhos, que andaste a percorrer tantos mundos

E não sei direito o que significa isso:

AL DI LÁ (Emilio Pericoli)

Grata para:

http://www.mauxhomepage.com/

pelos ótimos midis

Non credevo possibile,
Se potessero dire queste parole:

Al di lá del bene più prezioso, ci sei tu.
Al di lá del sogno più ambizioso, ci sei tu.
Al di lá delle cose più belle.
Al di lá delle stelle, ci sei tu.
Al di lá, ci sei tu per me, per me, soltanto per me.
Al di lá del mare più profondo, ci sei tu.
Al di lá de i limiti del mondo, ci sei tu.
Al di lá della volta infinita, al di la della vita.
Ci sei tu, al di la, ci sei tu per me.
La la la la la...
(Ci sei tu...)
(Ci sei tu...)

And the kiss that i gave was the love,
I had saved for a life time,
That I knew, all of you, was completely my.
La la la la...

Na frente do espelho ela estava se saindo bem, pois o toque de humor dava esta volta sutil nas coisas sérias que exigem tanto da gente.

"completely my"- mas que absurdo... Parou para pensar como somos todos ridículos?

Você acha brega ser egoísta?

Wednesday, July 26, 2006

Dorothéia

e um sinal de alegria. Dois sinais de alegria. Três sinais de alegria. Eu sei.
Está tudo bem.

_Não precisamos

definir o sol quando ele nos aquece levemente e nem os rítmos pingos de uma chuva de verão que nos alivia o calor e no seu rítmo nos faz dormir sossegados aliviando nossas tensões. Não precisamos saber o que são mesmo baquianas e nem quem foi Villa Lobos. Ele pode ter sido meio chato para quem o conheceu pessoalmente e não era exatamente um cara bonito. Foi vaiado. Mas eu conheci Villa Lobos em Eliot e isso é muito melhor do que Villa Lobos, sem querer desmerecer toda a genialidade e beleza destas baquianas que poucos brasileiros conhecem.
Gabava-se Ella. Estava insuportável. Se achando a rainha do mundo... Poderia ter sido mais discreta eu creio.
_Sim, nós já sabemos.
Disseram em uníssono Emanuel e Kathiel enquanto mexiam em alguns controles eletrônicos ajustando algo que parecia em desarmonia bem ali perto de uma engenhoca muito estranha.

Mas, afinal o que é um encontro?

Vai ali na sua prateleira e procura no seu grande dicionário, provavelmente o Aurelião se você for brasileiro e saberás o que é um encontro. Um encontro é, pois, a coisa mais emocionante do mundo em alguns casos. Eu considero o encontro ideal aquele do filme "Em algum lugar do Passado". O encontro se deu na beira da praia enquanto ela caminhava e estava vestida de branco. Ele me parece que estava de terno e gravata na beira da praia. Tadinho do moço era muito inadequado quase o tempo todo, pois ele também era a mais adequada das criaturas. Se você não leu este filme e/ou não leu o livro (o livro é sempre melhor do que o filme) então não sabe e nunca saberá o que é um encontro. Sim, porque o encontro que ocorrerá aqui neste blog infelizmente acho que nem se compara. Não é por falta de amor não. É por falta imaginação. Já foi quase um milagre conseguido pelo nossos cupidos Emanuel e Kathiel o fato de Ella poder se encontrar com seu amor de uma forma que eu temo que não seja a mais romântica como no caso do filme supra-mencionado e como naqueles casos em que no seriado mexicano Dona Florinda se encontrava com o professor Girafales _Espero que você tenha visto estes magníficos encontros que ocorriam em torno de um simples cafezinho sem creme, sem chocolate e sem biscoito. Afinal para que não é mesmo? Se o professor Girafales molhou o Biscoito as crianças que viram esta obra prima só questionariam isso bem mais tarde e hoje estão deturpando de uma forma muito ignorante esta trágico comédia tão ingênua. Também poderiam se encontrar em um campo de girassois, já pensou que coisa mais linda? Poderiam encontrar-se ali naquele tal jardim terapéutico, se bem que o terapéutico possa tirar um pouco do tesão do encontro, me parece.

Kathiel e Emanuel já tinham avisado aos seus amiguinhos terráquios que não eram cupidos e nem costumavam ter esta finalidade. Na Terra Ella era sempre aquela pessoa franca que não fora poupada de todas as verdades possíveis e imagináveis. Sabia tudo e pensavam que ela agüentava muito bem nos ossos, mas agora ela fora poupada disso: não sabia que iria encontrar-se com o seu amado. E estava ali sentada em um banco ou algo parecido, algo como aqueles bancos de praça ou de parque. Olhava perdidamente para o nada quando ao seu redor muito verde vivo envolvia seu corpo em curas graduais e tinha um magnifico manto azul, rosa e lilás sobre sua cabeça onde dois sóis brilhavam tênues e pequeninos por entre brumas que costumavam conferir à realidade uma atmosfera de sonho e fantasia. Parecia que haviam fadas espiando por toda parte e dando risinhos, cochichando em meio ao canto de muitas aves que desenvolviam um linda sinfonia. Ella havia ultrapassado a tristeza e meditava no silêncio, ou quase. Não viu quando Eliot se aproximava. Ele carregava o violão nas costas em uma capa que servia de bolsa. Seus passos eram propositalmente lentos. Ele estudava detalhes mínimos ao seu redor e olhava bem para Ella, conferia como e se deveria mesmo chegar perto. Pelo visto ela não estava muito bem da cabeça, pensou. Achou-a muito parada e sem fazer nada. Poderia estar desenhando. Os olhos de Ella se grudaram em um ponto fixo. Ela estava sentindo uma espécie de morte e fragmentação. Queria ser cada uma das folhas e flores que pendiam da vegetação. Queria ser o banco onde sentava-se, o todo. Ele veio se aproximando e achando cada vez mais esquisito os cabelos de Ella, as suas roupas que eram feitas desta mesma luz difusa, mas pareciam trajes um tanto hippie dos anos sessenta. Havia franjas em uma jaqueta que parecia ter lantejolas. Achou que Ella estava um pouco carnavalesca para os eu gosto. E pensou:

... Enquanto ela viveu ao meu lado nunca se vestiu assim e nem usou os cabelos tão...tão grudados na cabeça. Não deve estar normal. E se não estiver o que é que eu faço?

Seus pés pareciam dominar seu cérebro e seu coração. Ele se aproximava devagar e chegou bem ao seu lado. Ela sentiu a sua presença e fingiu não saber. Aprendera este truque em uma encarnação em que foi aranha e tinha de fingir-se de morta quando algum predador se aproximava. ..Não ficam bem numa senhora idosa estas roupas. Pensou ele.

Eles ouviram dentro de si uma voz que dizia

_Aja com naturalidade! Com naturalidade.

Ella moveu lentamente a cabeça como se estivesse absolutamente calma, de uma calma estarrecedora e fixou o olhar feliz naquele rosto amado. A mágoa dos seus olhos se dissipou nas certezas que ele carregava em si, eram certezas experientes aquelas.

_Bom dia, Ella!

_Bom dia, Eliot!

_Eu trouxe aqui este violão emprestado, porque meu violão ficou na Terra e acho que nem tenho mais violão.

_Nem eu ...Mas, fazia muito tempo que eu não tocava mesmo.

_Também estou um pouco...kkk...fora de forma, mas ensaiei ontem a noite algumas músicas. Gostaria de ouvi-las?

_Claro, ela disse sorrindo. Sentia falta do violão tocado exatamente por ele, embora tivesse ouvido músicas muito lindas depois que ele partiu e até aquelas músicas que é melhor nem falar aqui, pois Dr Eliot abomina breguice.

Ella sentiu vontade de abraçá-lo pelas costas e ficar ali grudada como à muito tempo atrás, mas conteve-se e numa postura tesa um tanto estudada, na ponta do banco e de pernas cruzadas, sentiu-se um depositário de emoções e sentimentos bem menor do que ela mesma como se a qualquer momento pudesse explodir por não poder mais conter-se em si mesma. Ele não compreenderia se chorasse e foi o que aconteceu. Eliot nunca compreendia quando ela chorava. Ele fez uma expressão de desacordo e reprovação ao ver que ela chorava e continuou tocando, como quem diz, depois a gente conversa sobre isso. Tocou muito. Foi se lembrando de cor de uma música após a outra e Ella deixou que seus pensamentos voassem livres sem distinguir fronteiras no tempo e no espaço. Parou logo de chorar, por excesso de estímulo inicial e apresentou a expressão mais calma de si mesma, a mais feliz de todas, de uma felicidade sem qualquer traço de histeria ou ansiedade. Estava realmente feliz. Acho que a felicidade pode ser aqui o nosso ponto final. Não se mexe em time que está ganhando. Vamos sair pé ante pé daqui e sem fazer barulho. Foi em momentos assim que bombas explodiram bem em cima de viventes felizes deste jeito.

Tuesday, July 25, 2006

Eliot

_Dr Eliot, a atividade que propomos para o senhor é estudo de casos jurídicos, devido a sua profissão, ou se preferir pode ser alguma atividade na esfera da Música.

_Estou pronto para um estudo de casos.

_Mas, entenda que suas atividades aqui não são renumeradas!

_Isso é uma exploração ou é algo "semelhante"?

_Nem chega a ser algo semelhante. Neste lugar do espaço em que nos encontramos não há necessidade da moeda e as trocas se operam de uma forma despretenciosa e sem cobranças. Entenda que este é apenas um corredor cósmico, um lugar de passagem.

_Isso quer dizer que eu posso voltar para casa?

_Existe esta possibilidade, porém não como um senhor já idoso que o senhor é, mas como bebê.

_Gu gu dá dá...Mas, que gracinha e onde está a minha chupeta?

_Não seria interessante colaborar conosco?

_Sim, meu amigo. Pau para toda obra está aqui. Vamos lá!

_Eis a fixa:

Fulano de Tal (não colocamos o nome verdadeiro aqui por questões éticas), brasileiro, solteiro, 40 anos de idade, servidor público estadual, e dados omitidos pela preservação de privacidade.

Fulano iniciou um namoro com a empregada doméstica Siclana, a quatro anos atrás. Engravidou esta jovem, hoje com 20 anos. Solicitou a Siclana que abortasse a criança. Como esta decidiu ter o filho prometeu que se não fizesse o aborto ele iria matar a criança. Passou a querer morar na pequena casinha de madeira de Siclana durante a sua gravidez e com certa constância a acredia fisicamente. Esta sempre na tentativa de proteger a barriga. O caso tornou-se um verdadeiro terror e Siclana solicitou aflita a patroa para que ficasse dormindo em sua residência em um pequeno quarto de empregada com banheiro anexo. Diante das circunstâncias a patroa consentiu, mas Siclana sentia muito medo de sair na rua até mesmo para buscar pão. Quando Fulano a encontrava a perseguia, gritava com ela principalmente se ela entrava por ruas mais desertas onde a população não tomasse providência, sendo que na maioria falava baixo fazendo a ela muitas ameaças. Essa situação se prolongou até que Siclana entrou com uma ação contra Fulano. Este cidadão se diz apaixonado por Siclana e diz que não suporta a idéia de dividir o seu amor nem mesmo com o próprio filho que está por nascer.

A proposta: Pretendemos uma defesa para Fulano, tendo em vista que todo cidadão merece defesa.

_E como está Siclana? Quem irá defendê-la?

_Está em boas mãos. Talvez tão boas quanto as suas, Dr.

_Eu não acredito...Este caso é sórdido.

_Me parece que já defendeste acusados de crimes bem mais sórdidos do que este, não foi?

_Sim, mas este crime particularmente me enoja?

_E por quê?

_É um crime muito covarde, praticado contra uma mulher grávida, com ameaça de infanticídio. Típico de um filme asqueroso de terror.

_Assististe algum filme assim?

_Assim como esse acho que não, mas me arrependi de certos filmes que vi. Realmente não posso aceitar...

_Não aceita defender este sujeito. Prefere algo mais leve, então? Estamos precisando de pareceres para o Direito Penal no momento.

_Ella ainda se encontra por aqui?

_Sim.

_Pois então eu quero...vê-la.

_Tem certeza?

_Sim.

_Amanhã, está bem?

_Sim. Você me consegue um violão?

_Um violão...Sim, é claro. Pode deixar.

_Depois eu gostaria de ver outra fixa. Eu me declaro insuficiente para lidar com este caso. O problema é meu, sabe? Todo cidadão merece defesa, mas eu não posso defender este sujeito. Falha minha.

_Ok! Tudo bem. Existem inúmeras outras oportunidades.

Monday, July 24, 2006

De qual você gosta mais?

O psico-médico Dr Edgar ouviu sobre os sentimentos de Ella e comentou:
_Você se sai bem em dizer o que sente.
_Na maioria das vezes sim.
_Em algumas vezes você se sentiu forçada a dizer algo?
_Sim. Eu acho que quando eu me sinto constrangida a definir alguma coisa que não consigo entender ou assimilar direito eu crio uma fala e eu mesma me convenço de verdades que vão contra mim e me parece ser o que aquela pessoa quer ouvir e não o que eu tenho a dizer. As idéias se desenvolvem rápido e sem controle na minha mente quando se trata de imaginação. Perco o senso e preciso fazer podas devendo pensar um pouco para ver se digo ou não o que penso. Posso demonstrar falsamente uma sinceridade que é justamente um ponto forte meu. Nem sempre é tudo tão fácil de ver. Este é um dos problemas das terapias que eu fiz na terra. Cheguei a me sentir ludibriada por causa disso.
_Estas pessoas com quem você se tratou e você são terráquios e os terráquios pensam muito mal uns dos outros. Mas, acho que podiam estar te testando apenas.
_Pensamos assim mesmo uns dos outros. E é perigosa esta identificação. Acho melhor nos identificarmos com o bem.
_Sim e não. Não sempre.
_Venha comigo!
Andaram um bocado por estreitas ruelas arborizadas onde se ouvia o canto de muitos pássaros.
_Um jardim?
_Sim é um jardim mesmo, embora as flores sejam feitas de material diferente do que você está acostumada.
_As flores são lindas e muito variadas.
_Qual te atrai mais?
_Tá difícil. Eu estou gostando desta diversidade.
_É preciso escolher agora.
_Está bem, eu fico com esta amarela grande aqui.
_É a que você precisa agora. Adivinhou.
_É mesmo. Você pretende, então, preparar um floral para mim?
_Sim, algo semelhante. Apenas envolva esta planta com as mãos sem tocá-la diretamente!
_Que agradável sensação. Eu não falei nada, mas eu estava um pouco nauseada por certas lembranças e agora passou.
_Sim. Você estava se sentindo nauseada como se ainda estivesse na terra e tivesse um corpo humano, mas na verdade você não tem um corpo como aquele que costumava ter, podendo sentir ainda as mesmas sensações. Liberte-se! Aqui não existe náusea e nem existe dor e você não precisa decidir sobre o fato de você ser boa ou má: você é boa. Se não fosse boa não teria vindo para cá. Saiba também que você está em muito boas mãos.
_É mesmo?
_Sim. Veja, pela primeira vez você sorriu para mim. Estava começando a achar que neste rosto não havia sorrisos.
_Eu gosto muito dos florais. Eles me fazem dormir bem.
_Por coincidência nos chamamos a vinda a este jardim de Terapia floral também, mas não precisamos tirar nada das plantas, não precisamos cortar suas hastes ou colocá-las em meio líquido ou sacrificá-las no fogo para obtermos os seus benefícios. Esta como você viu é a diferença entre este e outros florais que você costumava tomar em sua maioria.
Agora me diga qual a relação que você percebe com esta flor e Dr. Eliot?
_Eu me sentia bem com ele, quando ele era meu namorado, quando era meu amigo...
_Ele é como esta planta. Se encaixava perfeitamente no seu momento e evitou que você manifestasse sua doença gravemente em todas as vezes em que esteve de coração ao seu lado.
_Tem bastante lógica o que dizes. Eu nunca tive uma doença grave quando estavamos de bem.
_Mas, você está se sentindo bem meste momento, porém não está curada. Me diga agora qual destas plantas você acha a menos dotada, a mais sem graça, talvez não muito cheirosa.
_Está difícil uma que eu não goste. São todas tão lindas.
_Sim, mas qual delas você menos gosta?
_Acho que daquela ali. Ela se parece com uma aristolóquia que é uma grande flor que tem um cheiro parecido com o das fezes dos animais para atrair moscas.
_Você precisa ainda mais desta planta do que desta de quem você gostou tanto. Mas, você precisa tanto que poderia ao receber sua energia sofrer uma espécie de colapso. Por isso ficamos por aqui hoje.
_Que pena. Estava gostando disso tudo.
_Você está bem como eu a percebo?
_Sim. Estou distraída e aquela tristeza se escondeu bem.
_Você queria somente o doce, mas saiba desde já que pode precisar do amargo. E precisa gostar do amargo. Eu não vou forçar você a nada, não se preocupe. Agora vou deixá-la no seu quarto.
_É muita gentileza!
Dr. Edgar deixou Ella na porta de seu quarto apertando sua mão como um cavalheiro. Deste que entrou ela sentiu muito sono e fez menção de tirar alguns sapatos que não estava usando. Costumava tirar o sapato e gemer. Quando percebeu que não tirou o sapato sentiu falta do gemido e fez um beicinho. Deitou-se e dormiu um sono profundo. Em seu sonho ela encontrou Dr. Eliot no jardim das flores. Vinham um em direção ao outro e sorriram. Abraçaram-se e deram-se as mãos. Muita luz expandiu-se; seus corpos sofreram um leve aquecimento; era como se ele estivesse mesmo ali ao seu lado. Ao soltarem-se um do outro na mão direita de Eliot surgira a mesma flor amarela com formato de tulipa supra mencionada e ele lhe ofertou com carinho esta planta. Ella acordou sem saber se tinha sonhado ou não até que se deu conta de sua dura realidade, nem a flor não estava presente restando mãos vazias num gesto suplicante. Ele tinha seus motivos, afinal e seria tão difícil consertar este cristal esfacelado. Rezou para que fosse possível este concerto e para que o seu sonho fosse o início de uma linda realização. Pediu também para não perder a fé. Precisava desta alegria das flores amarelas.

Dorothéia

_Dorothéia, o que você está vendo na Internet?
_Teta...
_Olha o linguajar, menina!
_Teta humana.
_Ah, bom.
_E você não vai ter trabalho para trocar isso daí?
_Não, eu vou morrer com elas.
_Mas não achas que vai arrasar, digamos assim, demais?
_Não. Eu achei melhor colocar o mínimo possível de silicone por metro quadrado.
_Ah, bom.
_Quando é que vai acontecer este fenômeno?
_Quarta-feira.
_Nesta quarta?
_Sim. Tia vem aqui! Vamos fazer um teste!
_Não querida, eu não acredito nestes testezinhos.
_Vem, to mandando.
_Que é, guria?
_Tira a roupa!
Ela tirou confiante. Acreditava na sobrinha.
_Que é isso, Dorothéia?
_Meu sutiã de silicone, tia. Vamos colocá-lo bem aqui. Isso gruda.
_Nossa! Mas parece que eu não estou usando nada e estou...hummm...É a volta da super tia, tchan tchan tchan...
_Bárbaro! Todo teu. Agora vê se fica só nas preliminares, tá?
_Do-ro-théia...
-Uuuuuuuuuuuuuuuu
_Uuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuu

Lembranças de Ella

Colocaria no lixo várias lembranças se pudesse viver sem elas, se romper com elas não deixasse lacunas num todo que vale bem a pena conforme percebo hoje.

Sim eu o persegui. Eu fui atrás dele para xingá-lo. Quando me contaram que um sujeito que me pareceu bem louco foi atrás da sua ex para xingá-la isso me pareceu muito maluco, muito sem sentido da parte dele. Na verdade eu nunca pensei que iria xingá-lo antes de estar com ele, não era premeditado. Eu desejava ter um entendimento. Venho sempre procurando ter um entendimento, compreensão para com as pessoas e procurando facilitar para que as pessoas me compreendam. Ele tem toda a razão, eu o persegui por algumas vezes, não importa se foram poucas vezes, se foi durante um mês, quinze dias, nem lembro, o fato é que a perseguição existiu realmente. Uma vez ele apenas disse que o respeitasse e isso me pareceu sem sentido, eu me senntia muito desrespeitada tanto que em muitas ocasiões não me dei o respeito. Eu gostaria até hoje que ele tivesse me dado uma explicação bem didática de como ele se sentia. Ele não costumava dar este tipo de explicação, apenas transpareciam através dos gestos os seus sentimentos como naquele dia em que quiz vê-lo mesmo contra a sua vontade e seus olho estavam sem alma. Eu me assustei com aqueles olhos e senti a morte quando ele me olhou daquele jeito. Aquele foi o dia fatídico do meu desespero em relação a este romance. Mas, o fato é que hoje, com esta pequena argumentação dele: Ela me perseguiu, não vou discutir. Eu fiz isso. Não entendo como posso ter feito. Eu dormia. Não estava consciente das minhas possibilidades inteligentes e lúcidas e sem ter que ou porque justificativo a não ser ansia, desespero, maus sentimentos, mágoa, ódio misturado ao amor...tudo isso e mais levou-me a desconsiderar a individualidade e a liberdade de Eliot. Eu estava fora de casa.

Assim mesmo, Eliot me perdôou, não sei até que ponto, mas não tive muito tato em reconquistar a sua confiança depois de muitos anos quando tudo entre nós para mim nunca terminou e deseja renascer como a velha imensa raiz de uma árvore muitas vezes podada. Eu pretendo agir de uma forma cada vez melhor, cada vez mais inteligente. O fato é que de certa forma sem que ele sinta irei buscá-lo e farei de tudo para que ele não sinta que está sendo "perseguido" e para que isso não seja uma perseguição, mas uma busca, um caminho do meu ser em busca de si mesmo e disso faz parte buscá-lo, isso me faz crer que a vida está além dessa sobrevida que nos faz tantas vezes desejar a morte. Vou buscá-lo mesmo sem querer nas marcas que ele deixou em mim, sinais profundos da sua presença no meu próprio mundo e no universo inteiro.

Pavilhão de Mulheres

Um pavilhão de mulheres pode lembrar logo de um hospício, mas não é disso que estou falando.
Recomendo um filme muito bonito que assisti em DVD neste PC, com Willeam Danfoe e Luo Yann. O filme se passa na China dos anos 30 e a Guerra é um detalhe deste filme. Não sei realmente como o filme pode ser classificado como um Romance Épico e Histórico, conforme pesquisei brevemente aqui na internet. Não sou preparada para classificações, mas eu classificaria o filme como Romance Dramático e estava na prateleira dos dramas da locadora.
<><><>
Um padre e uma mulher.
A mulher do padre. Acontece...
Um americano loiro e uma chinesa...
Quarentões muito bonitos...
Pessoas muito bondosas
buscando sua liberdade para não
apenas sobreviver,
mas viver dignamente...
Como se vive dignamente afinal?
O fime pode dizer algo sobre isso, busquemos...
<><><>
O filme demonstra aquela saturação com uma vida que aos 4o anos acaba se tornando somente uma série de obrigações para a mulher submetida a uma cultura completemente machista e embora do ponto de vista do Ocidente, conforme mostra no filme, havemos de convir que a cultura até hoje continua machista. Assim podemos ver as raizes do machismo. Podemos entender mais profundamente um homem como este padre médico do filme naquilo que o faz ser amado de verdade, embora ele seja um homem ideal pela sua coragem, dedicação social e idéias tão libertárias que seriam incomuns em um padre.

Quando tirei este filme pensei que o grau de sensualidade e erotismo nele fosse maior, mas isso não prejudicou meu interesse. Com sutis nuances de sensualidade em alguns gestos e na fotografia o filme é um romance daqueles com herói e princesa amam juntos olhando não para si mesmos, mas na mesma direção como quizera uma velha frase que aprendi na adolescencia: "amar não é olharmos um para o outro, mas olhar juntos na mesma direção." Mas, nesta frase fica faltando um pedaço. Vemos no filme a fraqueza do gesto de um esposo que exige da esposa a felação quando esta não está sentindo nenhum prazer e não existe preocupação alguma do marido em proporcionar-lhe algum prazer ou vontade e já está farta disso. E o marido oriental diz para a sua amada: Faça isso, apenas o faça; empurrando a sua cabeça para baixo quando ela já está cansada de ser submetida. Esta mulher está tão submetida que também submete arranjando outra escrava dos prazeres masculinos como ela, consegue uma jovem segunda esposa para se aposentar do casamento e tranqüilamente lê um livro enquanto a uma pobre menina é praticamente violentada, sendo que tal gesto bruto não chega a ser um estrupo, mas uma atitude cultural. O padre peca com tanta conficção ao tocar sua amada que não necessita consumar algum ato sexual diante de espectadores esperançosos para sabermos que no momento em que este ato realizou-se ele foi perfeito tal o fervor dos beijos apaixonados e do que significa o verdadeiro amor entre um homem e uma mulher. O sentido da vida não está neste amor tão intenso para o padre, mas está no seu orfanato, já o tempero da vida como podemos ver para ele, o loiro mais bonito que tenho visto, é um tempero chinês.

A resolução deste amor impossível se dá em outro lugar do cosmos que não a terra, como no romance que estou escrevendo. A lguns podem achá-la fantasiosa, mas esta resolução rompe com a tragédia com que terminam os grandes amores e será que toda história de amor precisa terminar do mesmo jeito? O final faz parte da mensagem. Será que o tal de grande amor fatal já era? Espero que sim. Se rompermos com tanatus e tivermos eros, tanatus e eros novamente será um avanço ou o amor romântico está fadado a sua própria desmistificação quando o amor romântico tem esta função tão bela de questionar os costumes e incrementar o refinamento da cultura diante de valores, aqueles valores que você verá crescendo no final deste romance. Não perca!

Veja este filme e não se baseie pelas minhas limitações. É um filme muito lindo mesmo.

Referências na internet via Google: veja aqui.

Sunday, July 23, 2006

Não, ele não quer

_Como vai, Ella?
_Eu vou bem. E você?
Perguntou com pressa.
_Assim!
_E ele já acordou?
_Sim ele acordou.
Seus olhos iluminaram-se.
_Eu já posso vê-lo, então?
_Não. Ele não quer.
_Não...Ele não quer? Não contava com isso.
Seu semblante estatelou (Existe este termo estatelou?Não sei, mas é o termo mais
apropriado que eu acho para dizer-te como esta mulher se transformou de uma hora para outra)
e ficou ali parada como se
não enxergasse, como se de repente perdesse toda a luz que havia em seus olhos.
_Eu...esperei tanto por isso...
_Nem tudo está perdido. Procura reagir ou terás de entrar em tratamento também.
_Está bem.

É de realismo que você gosta, não é?

Saudades daquele amor, seu eu pudesse telefonava. Enviar-lhe-ia e-mail se o e-mail fosse um meio seguro de comunicação. Tenho medo daqueles bichos que ele cria em casa, também não é bom chegar muito perto. Não entendo como ele conseguiu autorização do IBAMA para ter em casa três tigres (seus cachorrinhos morreram de banzo em uma viagem que ele fez para Alemanhã no ano passado quando eles ficaram hospedados em um hotel), uma cascavel e uma esposa. Ele é mesmo capaz de gostar de todos os bichos, até mesmo daquele jacaré criado na banheira de ofulô, menos de mim ele gosta. Nem seu encanto por felinos permite esta aproximação tão adiada (postponed).

Não chegue tarde,

querido!

Não tardes que ardo de desejos viciados,

de

doenças e sintomas cheios de nomes esquisitos.

Arranco o reboco das paredes

com unhas de plástico

enquanto grito teu nome já louco num eco desafinado

quando meu gtito sai fora do tom, acorda todos os vizinhos furiosos

e não há urgência que

possa trazer-me o remédio certo, o consolo...

Agachada eu rastejo no capim da mata, com as pernas

mordidas de mosquitos e chantageio os Céus pelo teu carinho,

pelo teu afeto ou para que abra ainda mais esta chaga para que

assim rasgada a carne toda da minha alma eu meu transforme em

muitos olhos de ver de ver-te no pássaro, na folha, na água do rio, nos

paralelepípedos. Se te demoras quando minhas ansias quase te cocam

pelos agudos e insistências de meus gemidos que deveriam ser um surssuro

para não arrebentar fios, para não agredir placentas com violências fazendo nascerem

tantos rebentos ao mesmo tempo, antes do encontro que nunca chega e se eu desistisse

talvez viesses, amado, a perdoar-me da loucura, da ignorância, das ilusões que se

perpetuaram entre nós feitos de amor e luz

Longe de ti, eu te procuro por toda parte, atravesso o deserto, diante do oásis

a esperança quase me mata, mas não o chamado pois tu

me chamas na noite escura na tua

inconsciência profunda enquanto dormes.

Na neve eu sinto em meus ossos o teu não imenso. És para todo mundo

menos para mim, só para mim que não...Sou mais renegada que a própria sombra.

Quero escorrer

até ti, pois não me agüento.

Se isso é realismo não sei, mas o exagero na expressão pode muito bem ser romântico. Na verdade eu estou bem e procurando admitir sentimentos e emoções retidos, guardados que sei que existem aqui dentro e me deprimem de uma forma branda, mas crônica.

Saturday, July 22, 2006

Acordamor

Não posso imaginar o Dr Eliot acordando de um sono profundo sem dizer o tradicional: Onde estou? Pois, com toda a sua originalidade foi isso o que ele disse depois de ouvir a Quinta. Embora seja bem sabido que embora Bethovem fosse cidadão alemão ele tinha uma nona, mas isso são outros quinhentos. Também poderiam ter tocado a Dança do Destino à moda cigana e acho que o efeito teria sido o mesmo, mas tiveram de tocar a música duas vezes para ele acordar, pois nosso querido personagem estava plugado no aparelho e assim mesmo acelerou muito depois do tam tam tam tam...tam tam tam.... O tam tam tam tam me lembra massagem cardíaca conforme aprendi ao vivo e em manuais facilitados, mas espero não ter de praticar isso a não ser que...bom deixa prá lá.

_Onde estou? Para onde vou? Quem são vocês afinal?

_Continue calmo.

_Você está em uma sala especial de tratamento músico terápico no qual ficou uma e meia semana após demostrar sintomas de estresse diante de uma situação inusitada. Estavas na terra sofrendo um bocado quando começou a andar pelos telhados.

_O quê?

_Já ouviu falar em morte física?

_Mas, que pergunta...claro...Continua explicando!

_O senhor...digo você...você morreu.

_Mas, como se eu estou vivo?

_De certa forma sim, mas experimente beliscar-se.

_Puxa! Que estranho! É como se eu fosse feito de luz, de energia, algo muito leve e um pouco mais denso do que o ar.

_Sim. Aqui nós possuimos alguma densidade leve que se deve aos congregados energéticos.

_Eu...Eu deixei a minha esposa e meus filhos.

_Eles estão tristes, infelizmente. Muitos ficaram tristes lá na terra, porque você é querido. Sua esposa, seus filhos e alguns amigos estão inconsoláveis por enquanto.

_Fico muito chateado por isso.

_Sim, mas procure alegrar-se sempre que puder, está bem?

_Acho que seria razoável, mas como?

_Existem muitas maneiras. Existe alguém do seu passado que espera muito para vê-lo.

_Quem?

Emanuel ligou a tela e mostrou um rosto, uma cena...

_Não! Eu não quero ver esta mulher.

_Por que não?

_Por que ela me perseguiu.

_Perseguiu, é? Não é preciso falar sobre isso agora e não é preciso vê-la a menos que o queira.

Vamos conversar a respeito amanhã ou se preferir depois de amanhã.

_O que eu tenho para fazer agora?

_Que tal um livro?

_Que livro?

_Venha, vamos à biblioteca!

Baboseiras

_Sabe qual a diferença entre uma estrela e uma baixinha?
_Não, qual é?
_Uma estrela brilha no céu.
E uma baixinha brilha na terra.
_Ah...mas que brilhante!
*
Bom, uma amiga minha de Portugal trouxe para casa uma ninhada de gatinhos para criar e incrivelmente a cadela (dela não que cadela dela fica feio) (cadela da minha amiga também não dá que fica uma cadelada sem tamanho)...A tal cadela desta minha amiga deu de mamar para a ninhada toda que eram uns cinco gatinhos se não estou exagerando. Isso mesmo. Tem foto probatória e tudo. Gatinhos mamando na cadela... Então eu resolvi seguir o exemplo, comprei cinco pintinhos e agora eles estão mamando no meu gato. Enquanto cada pinto mama o gato mia e quando o gato mia cada pinto não mama, mas pia. É a natureza...

Friday, July 21, 2006

Hora de acordar

Hora de acordar, Doutor! Sem pressa, acelerando...Acorda!

Aperte no linque para ajudar ao Dr Eliot a acordar de seu sono profundo!

Obs: Isso não é propaganda para Enéas.

Saudades de mim?

Diário de uma mulher qualquer com mais de 4o0 anos na cara:

Nunca saberia se era ele que me mandava aqueles cartões por e-mail:

"Alguém com saudades de você enviou um cartão..."

Alguém com saudades de mim pode aparecer na minha frente, isso sim.

Será que é ele, será que não é ele...

Bem-me-quer, malmequer...

Malmequer alguém de má intensão é sempre mais provável para o gato escaldado com medo de água fria. E toda o percentual paranoico crítico que possuo é pouco para saber a verdade sobre a mentira.

Ana Paula também é um nome bonito com o qual enviavam mensagens românticas para homens: Ana Paula lembrou de você. Mas, quem era esta Ana Paula afinal. Ele preferia dormir pensando em como seria Ana Paula. Ela era alta, de cabelos castanhos, macios, longos. Tinha a pele levemente morena e estava sempre perfumada, só passava batom. Não precisa usar salto alto e havia colocado 250 litros de cilicone em cada mama. Era melhor não estragar este sonho que se chama Ana Paula abrindo os e-mails dela, por isso ele se conformava, afinal é sempre bom que uma Ana Paula envie e-mails para gente quando os da esposa não possuem mais aquele suspense, aquele frio na barriga e portanto não combatem a depressão.

As pessoas que não respeitam os sentimentos e a privacidade alheia se usam deste tipo de argumento emocional. Então ela não abria os cartões infectados para não entrar vírus no PC e para continuar pensando que seu amor também sente estas coisas. Xi! Saudades de mim... Mas, como a tecnologia em vez de facilitar a comunicação pode dificultar! Agora só frente à frente, olho no olho e talvez...mano à mano se ele deixar. Ai!

Meninas e meninos, não abram e-mails que fornecem o carinho que vocês querem de uma forma insegura. Não tenho gostado mais da mais linda palavra da língua portuguesa segundo alguns. Tenho gostado tão pouco que se pudesse mataria a saudade cometendo um crime perfeito, um crime sem conseqüência alguma para ninguém e sem vestígios é lógico. Mataria a saudade de beijos e abraços e sem aparelho, sem arma, de corpo e alma. Quem não tem uma saudade que atire a primeira pedra, na saudade, não em mim por favor que sou frágil na minha fortaleza.

A autora deste diário se trata de uma romântica e não de uma idiota ou mesmo um pouquinho das duas coisas, mas não como o senso comum imagina, jamais como quer o senso comum. Cuidado com os juizos de valores!

Continuem lendo que aí vem história!

Malhando na Rede Cósmica de Informações

Finalmente, um emprego não renumerado com dinheiro, mas enfim...
As malhas eram de uma espécie de borracha de aspecto orgânico, macio e flexível. Dentro de cada uma fibra havia luz de diferente cor clara e intensa formando conjuntos nem sempre harmônicos em desenhos abstaratos muito instigantes ao olhar do observador.
_É aqui que a Senhora vai trabalhar à princípio.
_Pode me chamar de tu ou de você, por favor?
_Ok, está bem. Veja que o princípio de funcionamento é muito simples. Estas malhas possibilitam a Rede Cósmica de Informações, a interação entre todos os seres comunicantes e até mesmo entendimento e compaixão nos relacionamentos que é catalizada através desta engrenagem simples.
_Relacionamentos virtuais são possibilitados?
_Sim. Todos os relacionamentos para nós são o que você chama de virtuais, mas na Terra é diferente, pois lá a dicotomia virtual/real deve-se a níveis densos de congregados energéticos.
_Eu posso considerar este um serviço forçado?
_Não. Se quizer não faça nada, por gentileza. Este trabalho é a terapia que estamos propondo e também uma forma de passar o tempo e pensar melhor sobre o passado. Não há casos de alguém que tenha se recusado a malhar na Rede, mas há casos de desconfiança e algumas pessoas associam nossa forma de trabalho com nazismo ou escravidão. Nosso aspecto mais alto do que vocês, nosso corpo esverdeado e sem pelos pode causar uma certa desconfiança também.
_Vocês parecem pouco emotivos, um tanto frios...nada pessoal...Desculpe se estou sendo grosseira está bem?
_Nós não somos como vocês terráqueos. Talvez vocês tenham uma capacidade afetiva maior, mas nos somos afetivos. Pode confiar em nós. Desenvolvemos uma metologia que talvez dê poucas margens a criatividade e a inspiração, por isso contamos com o trabalho de vocês terráqueos que transmitem mais "calor humano" aos congregados energéticos. Vê estas malhas. Elas são como as veias e artérias humanas que continuam existindo aqui em um outro nível de energia. Alguns acham também que somos Anjos. Não somos, mas agimos como Anjos e nos inspiramos nos Anjos, pois nossa missão e povoar um planeta de passagem no qual devemos ajudar indivíduos de outros planetas e galáxias específicas que passam por triagens e encaminhamentos para os locais que mais convêm ao seu desenvolvimento espiritual. Não constumamos dar tantas explicações, mas me parece que você precisa.
_Sim, eu senti medo.
_É natural.
_Bom, você gostaria de trabalhar neste tear?Perdão se fui demasiado imperativo!
_Sim, querido, com imenso prazer. Como procedo?
_Conhece malha simples ou cestaria básica?
_Uma professara de Artes Téxteis me deu as dicas certa vez.
_É cestaria ou malha básica. Pode começar sem mistérios, mas se encontrares resistência energética me chame.
_Uma pergunta óbvia...
Por que não existe um carrilha de máquina de tricô para confeccionar esta malha?
_Para que você perceba onde estão os nós, as tramas falsas, os sentimentos mal trabalhados e os pontos de angústia em você mesma. Na medida em que trabalha vais percebendo os seus problemas que no momento estão latentes, mas vão doer um pouquinho, mas não se assuste. Pode contar conosco. Qualquer coisa me chame. Tem uma campainha aqui para me chamar.
_Fica um pouco aqui comigo?
_Fico.
_Estou gostando...
_Não! Cuidado com distração. Não deixe lacunas. As lacunas são prejudiciais a não ser quando se trabalha outro tipo de malha que você irá aprender depois.
_Ok! Você pode ir me contando de Eliot?
_Ele está prestes a acordar. Está ótimo, mas precisamos de uma margem de segurança. O mapeamento dele está perfeito.
_Tudo certinho com ele?
_Sim. Ele parece ser o Dr Certinho mesmo.

Wednesday, July 19, 2006

O belo adormecido

Enfim ela pode vê-lo dentro de um extenso cubo de vidro onde seu corpo iluminado em verde água neon ficava suspenso como se flutuasse e se aproximou.
_Não toque, senhora! Desculpe, mas o toque pode causar uma interferência de energia?
_O que está acontecendo com ele?
_Ele ouve música para dormir?
_Música para dormir? Que música para dormir?
_São arranjos eletrônicos feitos a partir de compositores terrestres. Deseja saber melhor.
_Sim, por favor.
_Ele acionou um botão.
A música que se ouvia era o Clair de Lüne de Debussy. Ela estava gostando mas sentiu muito sono e pediu para que desligassem. Estava muito curiosa para dormir.
_Quando ele acorda?
_Esta vendo aquele mapeamento cerebrar e cardíaco alí na tela?
_Sim.
_Quando tudo indicar que ele está tranqüilo nos vamos diminuir os sons, vamos acionar alguns mantras em diversas línguas com mensagens positivas e vamos desligar. Então ele será observado por um psico médico.
_Ele está melhorando?
_Sim, está. Acho que o tratamento vai durar uma semana, não mais do que isso.
_Agora não fale mais nada, por favor. Eu vou me sentar aqui e ficar alguns instantes. Posso?
_Pode. Mas, eu também preciso ficar aqui por uma questão de segurança.
_psiuuu...(chato)

Tuesday, July 18, 2006

Isso não é uma abdução

_Seus monstros! Quer dizer então que existe a tal da abdução que eu achei que era coisa de dementes lá do planeta? Solta meu braço! O que vocês pensam que estão fazendo comigo? Eu tenho mil clientes me esperando no escritório. Vou processar vocês. Vocês vão ver.

_Calma! Não não estamos abduzindo ninguém, Doutor. O senhor com todo respeito não servirá de especiência científica para ninguém. Aqui se trabalha com muita ética e muito respeito pelos desencarnados. Acalme-se! Sinto muito e compreendo sua falta de preparo. Nós somos médicos astrais e trabalhamos na cura e o no encaminhamento das almas, só isso?

_Vocês devem estar brincado. Eu não posso acreditar no que eu ouço. Não posso acreditar no que eu vejo. Eu som um homem normal, comum, cumpridor dos meus deveres e só quero voltar para meu trabalho, para o meu lar.

_Aqui também é seu lar. Um lar provisório, mas um lar. A gente faz o que pode...

_Essa sua fala mansa só me irrita ainda mais. Me diz o que é que eu fiz para merecer isso?

_O Senhor se esforçou muito.

_Pára de me chamar de Senhor e me deixa ir de volta que a minha mulher tá me esperando aflita em casa.

_Calma, não se desespere.

_Está bem eu me entrego. Não precisa nem segurar meu braço que eu estou perdido mesmo. Nâo posso nem imaginar o caminho de volta.

_O caminho de volta é o caminho do coração, mas você já conhece muito bem o caminho da razão. É preciso aprender um pouco mais.

_Não diga uma coisa destas, eu sou pós graduado. Tenho um enorme de um currículo que não posso mostrar porque não está aqui.

_Está conosco o seu currículo, não se preocupe!

_Mas, como assim? Vocês roubaram meu currículo?

_Não. Nossas leis são mais avançadas que as suas. Ninguém furta, ninguém rouba por aqui. Não existe assassinato nem morte aqui e os encaminhamentos são diretos.Seu currículo está conosco de forma ampliada. Sabemos tudo da sua vida. Está na Rede Cósmica de Informações. Para você ter uma idéia isso é bem parecido com a internet de vocês. E por falar nisso, meus parabéns Doutor! Seu currículo é exemplar.

_E de que adianta isso quando não sei se vou poder usá-lo de novo. Minha carteira da OAB...Claro também não está comigo, lógico.

_Pode chorar, por favor! Você vai usar de novo sim, com certeza.

_Ahhhhhhhaaaaaaaahhhhhhhhhhhaaaaaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhh!

_Ele prefere gritar a chorar. Isso é muito bom, Emanuel. Logo estará tocando e poderá cantar no coral. Uma voz impressionante...

_Sim, um timbre impressionante. Agudos e graves e olha a extensão da luz deste ser!

_Vocês estão combinando o quê?

_Que você pode tentar um novo grito, que tal?

_Naaaaaaaaaaaaaaaaaaaãoooooooooooooooooooo!!!!!!!!!!!!

_Acho que vamos precisar de algumas musas, ele está quase desesperando.

O encontro

_Eles se esforçaram muito e poderiam ter vivido mais.

_Sim. Eles se esforçaram para sobreviver e para adquirir um bom padrão de vida, mas sempre de uma forma racional e o lado afetivo foi comprometido. O coração se fechou inteiramente. Agora façamos uma necropsia destes acontecimentos.

_Veja como tentaram ser bons o bastante!

_Sim, eles não tem culpa de terem morrido. Cuidaram o colesterol, não fumavam, só bebiam socialmente, nunca se drogaram na vida.

_São dos alunos mais aplicados.

_Mas, veja aqui as marcas do medo, está vendo?

_Sim, o medo de amar.

_A média de vida deles atingiu a faixa de normalidade. Neste ponto, mais ou menos uns oitenta e cinco anos, certo?

_No país em que viveram isso já é lucro.

_Veja aqui, Kathiel, marcas de frustação amorosa...

_Wowowo, que coisa feia!

_Não havia espaço para entrada de luz suficiente. É tão bonito quando um coração começa a brilhar e a piscar feito uma lâmpada de árvore de Natal, mas parece que neste caso isso só ocorreu em raros momentos.

_Podemos reconstituir a história, Emanuel?

_Sim, Kathiel, mas não está nada fácil. Existem muitas lacunas aqui. Vejo muitos rompimentos, confusões, impaciência e uma certa dificuldade da parte dos dois em lidar com sentimentos.

_Estamos analizando este coração dele aqui e depois vamos passar para o dela. Procure não confundir. Até o coração da mulher é diferente do coração do homem.

_Para que lugar você acha que eles devem ir?

_Eles devem ficar juntos e vão precisar de intermediação em seus diálogos, uma espécie de tradutor, embora na Terra eles falassem a mesma língua. Isso é provisório. Depois eles serão enviados para trabalharem juntos com casos semelhantes a este que causou a morte prematura deles.

_Mas, é raro o caso de morte que não seja prematura, não é?

_Sim. Por enquanto a gente sabe que o ser humano teria a obrigação de viver 127 anos na terra pelo menos, mas temos de levar em consideração as circunstâncias pregressas, ou seja, aquelas do contexto sociedade, família, crenças, política, etc.

_E o nosso ideal cai por Terra.

_Eco. O nosso ideal cai na Terra, mais precisamente.

_Eles vão poder ver os familiares já falecidos?

_Só daqui a uns tempos. Por enquanto devem estudar e trabalhar de forma gradual tendo em vista a cura de seus corpos sutis e canais por onde a energia vital era drenada.

_Parece que ela está muito feliz de ter 'morrido'.

_Muito feliz é? Isso é momentâneo. Ela nem imagina a longitude da trajetória que tem pela frente.

_E ele, como está?

_Assustado. Ele é ateu e sente medo de ter enlouquecido ou coisa assim. Não está acreditando em nada do que vê e está em estado de choque o que vai atrasar ainda mais este encontro. Ele acha que precisa trabalhar urgente e que tem pessoas aguardando por ele na Terra. Não há o que o convença do contrário.

_Mais uma vez ele precisa de um tempo, então?

_Sim. Ele vai precisar de muito reiki. Sente muita falta do seu ambiente e das pessoas mais próximas.

_E nós precisamos é de trabalho.

_Sim, quem pensou que aqui a gente só descança esteve muito enganado. Vamos cantar e tocar a cítara para esse mocinho dormir sossegado.

_Let's go!

Monday, July 17, 2006

Entregando-lhe um envelope pardo


Ela foi embora sem dizer palavra além de:
_Toma, oh!
E saibas tu, oh homem de meus ais:
Não adianta vir com desenhos,
Com escultura especiais,
com o que você quizer, pois quem oferece
o coração oferece de verdade.
Entrega para tomem conta dele.
Você fez isso?
Prá quem?
Era o seu de verdade? Representava mesmo o seu coração?
Se não foi para mim, nem precisa responder. Não me interessa. Quando for prá mim de verdade sei que você vai dar um jeito de me dizer isso.
*
Este cuia ção (parece uma cuia alí em baixo com um porongo torto) é representação do meu coração que um dia eu te dei.
O material não existe. Esse aí é só um representante, porém sincero da vontade que eu tenho de te receber aqui dentro.
Depois começou a se questionar se alí era mesmo o reservatório dos sentimentos, do amor, da ternura, da compaixão, assim como também de maus sentimentos
que não vou arrolar aqui.
Pois, é mesmo! Continua sendo por causa do chacra cardíaco, conhecimento milenar.
*
"Take my heart, it's your to take,
take my heart, it's your to break.
Take it now, I love you mandly,
mandly if you take my heart
Life is short for everyone...e por aí afora"
Tradução: Toma! Pode levar!
*
Vai esperar eu morrer para ficar com essa porcaria toda podre?
*
Econômico!

Hardly Ever

Hoje acordei-me com a expressão adverbial Hardly Ever (quer dizer quase nunca)na cabeça como um mantra a repetir-se sem querer.
Não não constitui frase alguma ao natural. Dei uma forçada e acho que não ficou muito bonito:
I hardly ever drink alcoholic drinks.
(quase nunca bebo belidas alcoolicas)
I hardly ever have sexual relashionships.
(tradução reporta-se aqui por inadequação contextual)
Sem importar muito o significado que deixa realmente a desejar, hardly ever é lindo, tem uma sonoridade incrível. Imagino o cara maravilhoso depois de escovar os
dentes dizer no meu ouvido bem baixinho: har-dly- eveeeeeeer.
I hardly ever miss you sweet heart
Because I kiss you
Hardly ever forget you
Ever and never and ever I dream with you
Eu raramente te desejo meu amor
porque eu te beijo
Raramente esqueço-te
Sempre e nunca e sempre eu sonho contigo
Outra palavra que eu acho demais para uma palavra é advérbio.
Advérbio é uma palavra que parece que tem uma boca, a parte do ver é meio assustadora e parece que vem nos assombrar. Ver assombra o ouvinte com seus verrrrrrrverrrrrrverrrrrrr
Na parte érbio a palavra toda se entrega e diz com a maior confiança: agora faça comigo o que você quizer. Sério! Nem sei o que fazer direito, não tô acostumada com tamanha liberdade. O advérbio fica ali me chamando com os olhos, com o sorriso tranqüilo, com o corpansil relaxado em cima da cama de brancos lençóis. Já aquele ad inicial é inteligente e didático. O ad parece um professor de óculos enebriando-se com as próprias palavras e contagiando todos os ouvidos de uma platéia atenta. O sujeito com cara de inteligente e intelectural começa a falar e a primeira coisa que ele diz é Ad. Quando ele diz ad todos sentem o marior suspense e este suspense obtém o seu próprio eco no vérr (o sujeito tinha algum sotaque pois carregava no r). Quando ele diz rbio ou érbio em linhas verbais que se cruzam obtém antes mesmo de prosseguir falando um ato sexual completo com direito a orgasmo e tudo e uma senhora suspira na primeira cadeira.
_Ele é professor de Português?
Não. Ele era um professor de Sexo adverbial.
_Nossa, mas quanta especialidade.
_Ai, não vejo a hora de praticar isso...
Hardly ever
Veja como esta palavra no final nem quer mais nada. Estaria Ever satisfeia depois do Hardly?
Sim creio que sim.
Vai ver você nem gosta tanto assim de hardly ever. E o que pode ser melhor do que isso?

Sunday, July 16, 2006

Depois de prestigiar este blog

não deixe de assistir danças de Yôga do Uniyoga de Portugal (Porto) cujo linque se encontra abaixo do aparelho de som deste blog a sua direita. Quando clicares neste linque diga tiau e feche a janela do blog para que uma música não atrapalhe a outra. Eu queria ter feito melhor mas não sou muito hi ki.
Namastê!

Metendo a colher


_Dorothéia, você está dando muita bandeira para este rapaz.
_Tava ouvindo meu telefonema é?
_Mas, claro...
_Mas, tia, o Duda é diferente. Ele merece todo amor, dodo carinho, toda "bandeira" como você diz.
_E toda a moça que tem um namorado acha que o seu namorado é um cara diferente de todos os homens que são iguais.
_Eles dizem:" todas as mulheres são iguais". Nos dissemos "todos os homens são iguais" e quando vamos começar a ser todos diferentes?
_Ih...tá longe. Acho que eu, infelizmente, não vou estar mais aqui no mundo para ver quando vai acontecer esta maravilha.
_Mas, tia, o Du me ama muito e é receptivo para todo meu carinho.
_Pois, ele que não seja para ver uma coisa.
_O quê?
_Nada, Dorothéia. Eu deria ir fazer meu serviço e parar de "meter a colher..."
_"Meter a colher?"
_Sabedoria feminina, minha flor. Quem você acha que usava aquele colherão para melher o tacho de goibada no tempo das nossas antepassadas, o homem?
_E quem é que podia meter a colher no tacho?
_Todas as mocinhas depois de uns doze anos, quando paravam de derrubar coisas no chão e tinham motricidade boa já podiam. Existia um revezamento nestas coisas. A maionese até podia ficar desmoronada de tanta gente que metia a colher e quem mete a colher tem de meter de um jeito meio parecido ou não dá certo, se umas mexem e outras batem não dá ponto.
_E você acha que eu e o Duda vamos dar ponto.
_Vão sim. Vocês vão casar com a graça de Deus.
_E a sua?
_E a minha. Mas, não estraga o que o bom, menina!

Saturday, July 15, 2006

E ela viu que ele era belo

E o seu olhar o abençôou para sempre. Estaria protegido de todo mal e confiou entregando-se aos seus cuidados enquanto ela beijava seus olhos e guardava para sempre o seu cheiro na memoria da eternidade.

E assim alguns pensaram um dia:
_Num afetivo gesto casto cobrias com panos parte do teu rosto,
pois bem sabias tu, mulher do Oriente Médio,
do meu ser que o teu rosto obsceno
me desejava mais
do que
este teu
próprio corpo.
E quem pensou assim, ou ainda pensa, de alguma forma esteve bem certo.
*
_Faça deste corpo a tua casa!
como propôs Chico Buarque ela lhe dissera. Dizera e assim se fizera.

"Morte e Vida"

Releitura a partir de Klint- Morte e Vida

A Revista Lingua concebeu uma cria que estou lendo agora SEXO & LINGUAGEM- o prazer da palavra- Além do conteúdo as imágens também estão ótimas e rendeu-me este desenho. Esta leitura está trazendo muita inspiração. Vai lá na banca da tua esquina e compra uma para ti se moras no Brasil e se estás aqui.

Eu nem lembro mais quem foi que disse isso, uma pessoa amiga:

_Já pensou isso colorido, Ruth Iara ?
Eu dei uma explicação meio enrolada, mas hoje responderia bem melhor.
_Não, meu bem pense você. É muito bom quando a gente vê um trabalho de arte dos outros e consegue pensar alguma coisa. Tem trabalhos tão acabados e cabais, embora possam ser genias, que não deixam margem para nenhuma imaginação alheia. Eu procuro dialogar a partir daquilo que desenho, digo, escrevo. Ah...mas, as vezes também faço uso deste bestial imperativo categórico que só vai te deixar de queixo caído, aí não vem te queixar, pois era nisso que tu costumavas acreditar ao olhar as pinturas do Louvre mesmo que na internet.
_Puxa! Não é que é mesmo. Então me dá isso daí que eu levo para pintar em casa.
_Ah, vá...

Friday, July 14, 2006

O olhar da mulher sobre ti, amado!

A representação da masculidade até então não houvera, desde aquele dia em tu nasceste;
não houvera sido feminina em público e de
forma latente, cega, muda e submissa sob a condição de mulheres e escravas nos entregamos mulheres de corpo e alma.
O homem via-se a si mesmo no espelho do macho.
O pênis não era um instrumento do prazer apenas, sua função secundária, mas era com que uma arma, um revólver a nós direcionado e ao próprio semelhante menos dotado humilhava.
Ser macho era ter poder sem afeto e o afeto destituido de poder fazia do homem
fraco, ser vil mulher, pois que homem não chorassse então ou
desta verdade provaria a duras penas sem volta presa de feitiços, ardis das astúcias presupostas.
Mas, eis que chega novamente naquele planeta a Era da Deusa e Deus do Céu se fez Mulher para habitar entre as mulheres.
A grande mãe formosa e roliça contemplou compassivamente a todos os seres da terra e ao homem destinou o seu mais belo olhar o reconhecendo como o ser mais belo, manso protetor, amigo e ao mesmo tempo forte de uma força bruta incapaz de ferir a quem quer que fosse na sua imensa paz de saber-se assim tão forte em que apenas um olhar bastasse e nos enternecesse a todas a desejá-lo sempre em estado de êxtase.
O homem entregou-se e gemeu de gozo. E assim exultaram todas as entranhas da Mãe Terra e
a Ciência mostrou a Religião a inocência através de uma nova Genética.
A evolução haveria de continuar e seria preciso muita paciência como os maus que na
verdade não eram maus, mas não haviam desde aquele instante aprendido a amar
de verdade.
O homem rendeu-se a mulher por prazer e vontade, a esta mesma mulher que na sua espera de
muitos e muitos séculos gestou em si mesma nova realidade.
A natureza feliz tornou-se templo encatado cheia de mares, rios, florestas, flores e riachos
e foi preciso um rei, e estes rei eras tu, senhor dos meus desejos, responsável por todos os meus sonhos sonhados vividos ou não vividos,
rei cheio de lógicas e números complexos e impossíveis,
para
forneceres a terra toda vida do teu esperma.
Conta um mito que foi do
esperma branco de um deus donde nasceram no céu as estrelas,
porém outra nos diz também que vêm do leite de um deusa.
Pois eu creio que as
estrelas hoje estão assim tão embassadas pela bruma dos teus olhos
quando não vêem os meus em esquecimento ou saudade.

As paredes também têm olhos

Suores
de dois corpos colados
movendo-se em delírio intenso, frebril, constante,
apaixonado...
Teu pescoço esticado oferecia-se sem querer a eternidade num
gesto extremo, em um grito surdo quase imperceptível
de um instante único
em que as paredes fingem discretas não saberem quando
inertes pousam semi nuas e refletem
invejosas a
máscula sombra da tua imagem...
Silueta de abajur,
mera fografia ou desenho do
melhor artista da terra...
Homem irreal,
porém,
tão desejado,
tão belo,
em um louvor extremo
da existência em ti mesmo,
em mim, na primeira
e última estrela
a nascerem
nas trevas,
belo
e
nú em seu corpo
e na sua verdade de ser,
como se
todos os anjos fossem feitos do teu
mesmo pó, do teu mesmo
barro e pudessem
ter sido um
dias
tocados por estas mãos
vincadas que
aqui te
descrevem...

E então

o blog desapareceu restando apenas um fundo azul. Vai continuar assim, ela pensou. Se continuar é teu destino. Aceita isso e será sempre melhor para ti, pois tudo o que nos acontece nos faz melhores e mais preparados. Assim é a vida. E estas pétalas cairam da rosa depois que ela desabrochou totalmente. Hoje fazem parte da terra que alimenta.

O canto e a dor da Iara




Nos tinhamos muito medo do que ficasse ou não ficasse bem.

_Eu estou bem assim?

_Não muito. Você está a flor da pele?

_A pele em feridas latejantes?

_Sim.

_Isso deve doer muito, não é?

_Muito.

_Faça da dor uma rosa e desabroche toda.

_No canto da Sereia?

_Não da Iara.

_A Iara não devora a carne de alguém. A sereia o faz.

A Iara pode seduzir. A sereia não. A Iara pode seduzir quem ela escolhe e não deseja qualquer um homem.

_Ela escolheu alguém?

_Sim. Ela continua cantando e seduzindo, com suas lembranças, seu cheiro, seu blog, sua voz que fala no silêncio e com a verdade de sua alma, a justiça que busca para si mesma, a sua dignidade, a sua vida. O rio se veste de azul e a sereia nada dançando, feliz por poder simplesmente ser, mesmo quando é confundida com sereias devoradoras de homens. Mesmo quando os moralistas condenam a sereia, ela continua sendo mulher e continua sendo um peixe que se transforma em lábios e que beija seu amado na boca.

Medo do espelho

Os maiores medos mais comuns que temos nesta vida são do espelho.
Cada um com o seu medo, com o seu espelho e suas crenças.
Você tem medo do amor?

Farei 44 e vejo melhor

Minha festa de quarenta anos seria semelhante a uma festa de quinze anos. Eu estava muito animada, com nova energia para vida por mais incrível que para alguns pareça. E um sujeito a quem eu sempre prestigiei estaria lá em meio a tantos amigos, pessoas do passado,
Junto com a sua esposa que seria muito respeitada.
Eu o procurei algumas vezes no seu telefone particular dele em sua residência e tive algumas conversas um tanto quanto muitíssimo controladas com ele. Eu sentia pelo tom da conversa e do controle, pois nunca o tinha ouvido tão pouco espontâneo, com falas tão estudadas como se lê-se um texto decorado para ser apresentado numa entrevista Havia alguém a quem agradar ao seu lado. Alguém que parece que na vida nunca se feriu internamente, nunca sofreu um arranhão e muito se protege e é protegida...Este alguém costuma ser conhecida como “a coitadinha”. Este alguém ligou o som bem alto certa feita em que eu falava com seu marido, sua propriedade particular.
Bem, ciúmes é normal; também já tive muito e já fui alvo de muito inveja, sendo que gostaria sinceramente de me libertar mais e mais destes sentimentos indesejáveis. Grrrrr
Liguei para a secretária dele no escritório e pedi um retorno de ligação. Ao saber meu nome a secretária, com a voz extremamente semelhante a da esposa deste sujeito riu-se de mim e deu uma debochada. Parece que comentou ao seu lado sobre o fato onde ouvi mais risos sarcásticos ao meu respeito. Saberia ela quem sou eu? Mas, a voz...A voz poderia ser de um parente, de uma prima ou mesmo de uma irmã da esposa deste ser tão desejado.
Como costumo fazer joguei as cartas na mesa ao não receber retorno algum de ligação e ter ligado para a casa do Doutor advogado bonito. Disse para mulher dele (aqui ela já perde para mim a condição de esposa e se torna uma mulher, o que já é muito) que achei a voz da secretária dele muito parecida com a da ouvinte. E desconfiei mesmo de algo oculto. Perguntei mesmo se ele estava ali e não queria falar comigo, que deveria ter esta coragem, ser homem, porque afinal de contas depois de ter me chamado tantas e inúmeras vezes ao telefone sem tempo nem hora para isso seria psicopata da sua parte não ter uma palavrinha sequer comigo, ao menos para esclarecimento, mas afinal eu não precisava de nenhum serviço que valesse dinheiro, deve ser isso. Ela me chamou de incoerente. Não sei se foi a coisa mais estúpida que já ouvi de uma verdadeira rival, pois também já fui chamada de louca, o que não deixa de ser um elogio, sobretudo porque foi em um momento em que a louca aqui lhe pedia limites. Para os autoritários quando pedimos limites, das duas uma, ou somos loucos ou somos burros. O autoritário é o sujeito normal, dono da verdade, etc.
Bom, eu acho que o Dr. Hércules queria mesmo que todos pensassem que eu o perseguiria e que sempre estaria atrás dele em telefones, e-mails e estes aparelhos que não servem mesmo para nada. Isso aumentaria o seu sucesso. Mas, ele não precisa disso e nem mesmo eu. É muito bom ser bem inteligente na prática e não dar o que as pessoas pensam que precisam e o que elas pensam que querem. O que eu dou para ele é minha vida e penso que ele pensa que gostaria que eu estivesse morta depois de ter passado bons tempos comigo. Há várias formas de matar uma pessoa e de certa forma ele me enterrou em vida. Vingança para mim, portanto não é uma palavra que signifique agressão, perseguição, loucura ou algo do gênero. Vingança para mim é viver, é ser o que sou. É dizer do que gosto. É esperar que a vida tenha seu processo e que a vida dos outros no seu processo aponte os caminhos errados quando a verdade vai aparecendo com os anos quando tudo fica mais claro, quando a minha inocência fica mais clara. E tomara meu Deus que apareça a maldade que fizeram comigo, ou seja, as maldades que fizeram comigo! Cada vez mais gente há de ver.
Minha inocência de fazer uma grande festa e ter a todos como amigos, mesmo aqueles que ocupam um lugar que poderia ser nosso não fossem eles, acabou. Enquanto o Hércules estiver com a sua mulher ele não serve para mim. Enquanto ele amar esta sua mulher eu não pretendo conversar com ele. Isso porque eu não quero nunca mais ouvir ele falando sobre esta mulher desgraçada que foi uma das pessoas que além de ter passado de jamanta por cima do meu destino ainda teve a coragem de me humilhar, de contar sua versão de um encontro a duas entre nós que a coloca como uma vítima. Pois eu acho que quem gosta de ser vítima pode acabar sendo e então estou aqui forte, bem cuidada e sentindo forças em saber que dentre estas pessoas eu sou a provavelmente a mais sábia, a mais justa, aquela que vence seus problemas ou não se deixa morrer por eles. Eu sou esta mulher de coração forte, de alma generosa, incapaz de humilhar pessoas com problemas físicos ou mentais, respeitadora da criação divina e aguardo o tempo que for preciso para novos encontros da vida, encontros em que nos revelamos e no íntimo sabemos muito bem quem somos e quais são nossos merecimentos. Que nossos olhos sejam espelhos nítidos das nossas almas, do que vai lá dentro de cada um de nós.e se um dia eu for melhor e tiver a graça de perdoar alguém que isso nunca me humilhe, que isso nunca humilhe ninguém, mas que isso nos torne dignos, pois é isso mesmo que eu sou: Uma pessoa muito digna, Dr. Hércules, advogado de renome, com escritório sito a rua tal, número tal e todo poderoso aos olhos de todos os seres humanos, inclusive dos meus que não deveria ter lhe dado este poder de me fazer sofrer como o fez.
Não tenho nenhuma prova de gravação de telefonema como a sua mulher tem da minha voz, ou seja, não gravei a voz enjoada dela, mas desejo sinceramente que a vida lhe traga outras provas muito positivas de quem sou, ou seja, eu sou sim uma mulher de valor que poderia agir de forma imatura fazendo bobagens como as que eu já fiz, mas optei por uma tacada muito mais ousada desta vez: o cultivo gradativo de muita qualidade de vida. E não daquela qualidade de vida em que se fica bonitinha por fora e apodrecendo por dentro. Eu falo isso de modo geral. Não preciso esconder, portanto como se joga assim, se é que isso é um jogo...
Ah... e tem mais: Sei que és advogado, mas se desejar me processar pela minha coragem, pode entrar com a ação que eu me defendo só para olhar bem fundo nos teus olhos e saberes bem lá dentro do teu coração quem é mesmo a tua mulher, pois se esse não fosse o perigo, teria sido sempre uma honra ter falado comigo.

Farei 44. Meus olhos físicos vêm pior, meus olhos da alma enxergam mais. Graças a Deus!